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Publicado em 23 de outubro de 2024 às 13h00.
Por Luiz Eduardo Amaral de Mendonça e Lucas Henrique de Oliveira Santos*
A competitividade empresarial não se baseia apenas na eficiência operacional, mas também na criação de ambientes inclusivos e acolhedores para todos os clientes e colaboradores.
Neste contexto, o reconhecimento e a adoção de cordões de identificação para pessoas com deficiências invisíveis, como o Cordão de Girassol e o Cordão de Quebra-Cabeça, têm se mostrado ferramentas eficazes não apenas na promoção da inclusão, mas também na melhoria da imagem e da competitividade dos negócios.
O Cordão de Girassol, formalizado pela Lei nº 14.624/23, foi instituído como símbolo nacional de identificação internacional de pessoas com deficiências ocultas, entendidas como aquelas que não podem ser observadas de imediato, como surdez, transtorno do espectro autista, transtorno de ansiedade e demais deficiências intelectuais.
Diversos Tribunais no país já começaram a promover e conscientizar o respeito a direitos previstos como atendimento prioritário.
Além disso, a referida lei alterou o Estatuto da Pessoa com Deficiência e, embora não seja obrigatória —já que a prioridade está garantida mesmo para aqueles que não utilizem – tem afetado significativamente a vida cotidiana das pessoas e empresas.
O Cordão de Quebra-Cabeça, é amplamente reconhecido, simbolizando a complexidade do Transtorno do Espectro Autista (TEA), por facilitar a identificação e o acesso a direitos, embora alguns autistas não se identifiquem com ele devido à sua origem em um período de maior estigma em relação ao autismo.
O padrão do cordão foi regulamentado pela Lei nº 13.977/20, que apresenta a fita de Quebra-Cabeça como meio para que estabelecimentos públicos e privados identifiquem a prioridade de atendimento devida às pessoas com transtorno do espectro autista.
Ele foi criado pela comunidade autista para simbolizar a diversidade dentro do espectro autista.
O símbolo do infinito é atualmente conhecido como o logo da neurodiversidade em todo o mundo e consiste em um movimento social e político pela aceitação e conscientização de transtornos mentais e/ou do desenvolvimento.
Embora este símbolo não seja definido por legislação, é amplamente aceito como um emblema da neurodiversidade, promovendo a aceitação e conscientização dos transtornos mentais e do desenvolvimento.
Eles também são um meio de promover a inclusão e a conscientização sobre as necessidades e direitos das pessoas com autismo e outras deficiências ocultas, permitindo que os colegas de trabalho possam ter ciência de suas deficiências, passando a respeitá-las.
Estudos mostram que programas de identificação, como o Cordão de Girassol, implementado em aeroportos, supermercados e grandes empresas, têm ajudado a garantir que as necessidades dessas pessoas sejam atendidas de forma mais eficaz.
Ao implementar sistemas de identificação, as empresas não só cumprem seu papel social, mas também ganham a confiança de clientes e colaboradores, ampliando sua base de público e fidelizando consumidores
Empresas que adotam práticas inclusivas, como o reconhecimento de cordões de identificação, estão cada vez mais associadas a valores como empatia, responsabilidade social e respeito. Essas características são fundamentais para diferenciar sua marca em um mercado competitivo.
A crescente adoção do Cordão de Girassol em locais públicos têm demonstrado que iniciativas de inclusão, embora simples, têm um impacto significativo. Elas melhoram a experiência do cliente e promovem uma reputação positiva, o que pode influenciar diretamente a competitividade de sua empresa.
Além dos benefícios voltados ao cliente, adotar práticas inclusivas no ambiente de trabalho, como o uso de cordões de identificação, ajuda a criar um espaço mais acolhedor e seguro para colaboradores com deficiências invisíveis.
Isto porque a visibilidade dos Cordões de Girassol provoca mais conversas e interação sobre o tema, encorajando as pessoas a se sentirem mais à vontade em trabalhar para uma organização que está empenhada em apoiá-las a serem elas mesmas no ambiente de trabalho.
Além disso, motiva os colaboradores a se sentirem empoderados para discutir suas próprias deficiências ocultas. E isso impacta diretamente a capacidade da empresa de atrair e reter talentos.
Ambientes inclusivos são vistos como mais inovadores e propensos ao sucesso, atraindo uma força de trabalho diversificada e comprometida.
Empresas que ignoram essas práticas correm o risco de perder talentos para concorrentes que estejam mais avançados em suas políticas de diversidade e inclusão.
Ao adotar essas práticas, as companhias não estão apenas se antecipando a futuras demandas regulatórias mas, ao se adequarem desde já, evitam possíveis complicações legais e projetam uma imagem de responsabilidade social e conformidade.
Isso também contribui para uma estratégia de sustentabilidade social, fortalecendo o vínculo com o público e investidores que valorizam cada vez mais o comprometimento com causas sociais.
Assim, ao reconhecer e respeitar essas necessidades, sua empresa cria um ambiente acolhedor para clientes e colaboradores, melhora sua reputação de marca, se destaca em relação à concorrência e se prepara para uma demanda crescente por responsabilidade social e conformidade legal. Implementar essas medidas não é apenas uma escolha ética, mas uma vantagem estratégica para o crescimento e a sustentabilidade do seu negócio.
*Luiz Eduardo Amaral de Mendonça e Lucas Henrique de Oliveira Santos atuam na Consultoria Trabalhista e Previdenciária | Employment & Pensions do FAS Advogados
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