Início da CPI da Pandemia não trouxe maiores sustos para o governo (Edilson Rodrigues/Agência Senado)
Da Redação
Publicado em 6 de maio de 2021 às 09h53.
Última atualização em 6 de maio de 2021 às 09h55.
Por Márcio de Freitas*
Não houve susto maior para o governo no início dos trabalhos da CPI da Pandemia. O que se colheu em depoimentos até agora foi uma espécie de "vale a pena ver de novo”, com críticas e algumas repetições de histórias – vertidas até em páginas de livros.
O silêncio do general Eduardo Pazuello, ex-ministro da Saúde, foi mais eloquente para as oposições e os teóricos da conspiração que os depoimentos dos outros dois ocupantes do cargo no governo Bolsonaro, Luiz Mandetta e Nelson Teich. Ambos saíram do governo por discordâncias sobre o que pensava e fazia o presidente Jair Bolsonaro.
Curiosamente, o general alegou contato com militares sob suspeita de estarem com a covid-19 para não depor no Senado Federal. A justificativa soou como uma máscara postiça improvisada, lançou suspeitas sobre o estado de nervos de Pazuello ou em relação à capacidade de dar respostas às questões da CPI.
Pazuello é general, treinado para combates e uso de armas em situações extremas. Foi comandante na Amazônia, onde os militares convivem com natureza inóspita e têm de enfrentar condições bastante adversas. Chefiou a Operação Acolhida, com políticos de matizes diversos, venezuelanos e brasileiros em conflito aberto em Roraima. E saiu ileso.
A instabilidade emocional não combina com o perfil do general. Se há medo, é o de ver o general em ataque aberto aos senadores… E as consequências disso.
Sobre os questionamentos sobre o desempenho técnico no setor de saúde durante a pandemia, é outro assunto bem diferente… essa será uma prova que o Pazuello terá de vencer. E será na CPI. Pode ganhar tempo, mas essa não será uma batalha de Itararé.
*Márcio de Freitas é analista político da FSB Comunicação
Siga Bússola nas redes: Instagram | Linkedin | Twitter | Facebook | Youtube