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Vaivém de ação e omissão marca a política enquanto tragédia toma vida real

O vírus não respeita ideologias, e ainda não se sabe quem pagará a conta do flagelo que já soma 300 mil mortos pela covid-19

 (EVARISTO SA / AFP)/Getty Images)

(EVARISTO SA / AFP)/Getty Images)

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André Martins

Publicado em 26 de março de 2021 às 20h07.

Última atualização em 26 de março de 2021 às 20h17.

Acenderam o sinal amarelo na Câmara dos Deputados. Na Faria Lima, o semáforo está intermitente, procurando uma via livre que não dobre à direita nem à esquerda. Ao centro e adiante, dizem os acionistas da especulação. Sinal vermelho somente para o chanceler Ernesto Araújo, que tal qual um personagem de Ensaio sobre a Cegueira, não vê nada neste momento.

Ao mundo real, falta ar. Faltam oxigênio, leitos de UTI, insumos e sedativos para a dura tarefa de obrigar um corpo contaminado a respirar por aparelhos.

Atravessou-se o rubicão de 300.000 mortos pela covid-19. O vírus não respeita ideologias.
 É por um cenário de tragédia em que o mundo político se pega sem respirar, sem ter respostas e incapaz de articular de forma coerente as reações devidas. Houve medidas e ações em vários momentos, mas houve também omissões e erros de cálculo para prever certas consequências óbvias. E elas estão chegando. Ficarão ainda durante um tempo sendo ruminadas pelos principais atores da cena trágica.

A conta sempre chega, hora mais ou menos. É da lógica. Quem pagará ainda não está claro, mas há muitos candidatos recebendo os sinais de que terão prejuízo futuro.

Mas pelo menos há o sinal da vacina, crescendo e imunizando cada vez mais gente. Esse é o sinal verde diante de tantas luzes fechadas.

* Márcio de Freitas é analista político da FSB Comunicação

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