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Vacina reduz em até 25 vezes o risco de morte por covid, dizem dados de SP

Em todo o Brasil, a pandemia segue em desaceleração, embora a curva de casos e de mortes tenha atingido um platô

 (Governo do Estado de São Paulo/Divulgação)

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Publicado em 14 de março de 2022 às 16h35.

Última atualização em 14 de março de 2022 às 16h42.

Por Marcelo Tokarski*

A decisão de não se vacinar aumenta em pelo menos 25 vezes o risco de uma pessoa contaminada pelo coronavírus vir a morrer em virtude de complicações da covid-19. E o fato de pessoas infectadas terem tomado pelo menos a primeira dose já reduz esse risco de morte em 15 vezes. Os dados são de um levantamento da Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo, divulgado nesta segunda pela colunista da Folha de S.Paulo Mônica Bérgamo.

O estudo levou em consideração os casos de óbitos por covid-19 registrados no estado entre 5 de dezembro e 26 de fevereiro, período de maior contágio em razão do avanço da variante ômicron. Foram analisadas 7.942 mortes registradas nos 645 municípios paulistas neste período e informadas oficialmente pelas secretarias municipais de Saúde.

Entre a população não vacinada do estado de São Paulo, no período, a taxa de óbitos foi de 322 para cada 100 mil pessoas. Já entre a população que tomou pelo menos duas doses de alguma vacina contra o coronavírus, essa proporção foi de 13 para 100 mil, um índice 25 vezes inferior. Mesmo entre quem tomou apenas a primeira dose a redução já é muito significativa. Nesse público, a proporção foi de 22 mortes para 100 mil habitantes, índice 15 vezes inferior ao registrado entre não vacinados.

Significa dizer que, caso ninguém tivesse se vacinado no estado de São Paulo (onde 86% da população acima de 5 anos se imunizou), o número de mortes nesse período poderia ter sido de 135 mil, 17 vezes maior do que o de fato registrado. Nessa conta hipotética, a vacinação salvou mais de 127 mil paulistas, ou mais de 1,5 mil vidas por dia.

Platô

Em todo o país, a pandemia segue em desaceleração, quando comparamos a média móvel de casos e de mortes com os indicadores de duas semanas atrás. A média móvel de novos casos atingiu neste domingo 45,68 mil, queda de 43%. Já o indicador de mortes ficou em 419, recuo de 40% na comparação com as duas semanas anteriores.

No entanto, o ritmo de desaceleração parece ter diminuído e as curvas de casos e mortes estão há cerca de dez dias em um platô (sem novas quedas ou aumentos significativos). Ainda é cedo para afirmar, mas esta estabilização pode estar acontecendo em razão do impacto do Carnaval e da flexibilização do uso de máscaras em parte do país, o que pode ter elevado um pouco a taxa de contágio em alguns locais.

Na Europa, alguns países, como Alemanha e Reino Unido, têm registrado um novo repique no contágio após o surgimento da BA.2, uma subvariante da ômicron. Nesses países, a nova subvariante já é predominante, tendo ultrapassado inclusive a BA.1, como é chamada a ômicron.

Na última semana, de acordo com dados compilados pelo site Worldometer.info, há diversos países com aceleração no número de novos casos, entre eles Coreia do Sul (+44%), Alemanha (+28%), Holanda (+23%), França (24%), Itália (32%) e Suíça (29%). No entanto, por enquanto os dados ainda não indicam que o fim da pandemia está ameaçado. Mas será preciso acompanhar as próximas duas semanas para entendermos seu real comportamento.

*Marcelo Tokarski é sócio-diretor do Instituto FSB Pesquisa e da FSB Inteligência

Este é um conteúdo da Bússola, parceria entre a FSB Comunicação e a EXAME. O texto não reflete necessariamente a opinião da EXAME.

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