Empresa formada só por mulheres mudou o foco para crescer (divulgação/Divulgação)
Bússola
Publicado em 26 de maio de 2022 às 17h50.
Última atualização em 26 de maio de 2022 às 18h59.
Comida congelada sempre foi associada a uma alimentação sem sabor, sem nutrientes e pouco saudável. É aquela opção a qual recorremos pela falta de tempo para cozinhar ou pela falta de habilidade. Mariana Mudrovitsch, proprietária da Uná, acredita que não precisa ser assim.
Antes da pandemia, em 2020, a marca focava em clientes pessoa física por meio da venda direta no site e por aplicativos de refeições, sempre com itens ultracongelados. A empresa acreditava que a venda na pandemia iria aumentar essa demanda. Mas a concorrência acirrada fez com que os volumes de vendas diminuíssem ainda mais.
Foi nesse momento que a companhia decidiu se reinventar. E quadruplicou o faturamento. A Bússola conversou com Mariana para entender como aconteceu esse movimento.
Bússola: Como foi a migração da Uná do mercado B2C para B2B?
Mariana Mudrovitsch: Optamos por buscar novas oportunidades. Nesse caso, para vendas no segmento Foodservice, buscando restaurantes que gostariam de ter opções saudáveis em seu cardápio, mesmo que esse não fosse necessariamente o foco da cozinha deles. Assim, seria mais provável que terceirizassem esse serviço para manter a excelência do produto.
Fechamos a venda com o Fit Food do aeroporto de Guarulhos e foi um sucesso. A partir daí expandimos para os outros pontos do Grupo Fit, como o Living Heineken e o Nescafé, também de Guarulhos, e depois também para Brasília, Confins e Vitória.
Fechamos, ainda, parcerias corporativas, para venda de kits saudáveis. Como principal exemplo, o CIEE [Centro de Integração Empresa-Escola], que hoje presenteia todos os seus conselheiros em seus aniversários e todos os palestrantes de seus webinars com a nossa comida. Além disso, criamos kits corporativos para datas festivas para empresas presentearem seus colaboradores. Hoje, a venda pessoa física representa apenas 5% do nosso volume total de venda mensal.
O que essa mudança representou para o negócio?
Essa mudança de foco — saindo de um segmento saturado para um segmento com demanda latente — foi essencial não só para a sustentação da Uná, mas para seu crescimento fortíssimo neste período.
Houve espaço para criação de novos produtos, produtos sazonais e até produtos tailor made [feito conforme demanda do cliente]. Além disso, mudamos de um coworking para uma sede própria, com cozinha três vezes maior em espaço, equipamentos, estoque e escritório próprio. O time de cozinha, antes da pandemia, era somente de duas pessoas. Agora são quatro colaboradoras. Na Uná, todas são mulheres, oito no total.
Quais são as expectativas para 2022?
Nossa projeção é vender 100.050 unidades neste ano e lançar novos produtos, além de iniciar a venda dos nossos produtos já prontos para consumo [quentes]. Em 2020, nossa produção foi de 21.997 unidades. Após a mudança de mercado, conseguimos quadruplicar o faturamento e a produção de refeições ultracongeladas.
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