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TRENDS: Gettr mira na liberdade de expressão e acerta em polêmica

Rede social não impede propagação de fake news e se diz contra cultura do cancelamento; entretanto, gera questionamentos sobre liberdade de expressão

Plataforma foi criada por Jason Miller, ex-conselheiro de Donald Trump (Rafael Henrique/SOPA Images/LightRocket/Getty Images)

Plataforma foi criada por Jason Miller, ex-conselheiro de Donald Trump (Rafael Henrique/SOPA Images/LightRocket/Getty Images)

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Publicado em 15 de setembro de 2021 às 17h12.

Por Alexandre Loures e Flávio Castro*

A rede social Gettr foi criada no dia 1º de julho deste ano pelo ex-conselheiro de Donald Trump, Jason Miller, como alternativa às redes que bloqueiam ou cancelam seguidores que infringem suas regras.

Donald Trump foi banido do Twitter, suspenso do Facebook até 2023 e suspenso do YouTube por tempo indeterminado.

De acordo com Miller, a Gettr, plataforma parecida com o Twitter, surge para acabar com a censura e permitir a seus usuários navegar por um “mercado de ideias” baseado nos princípios da “liberdade de expressão”. A rede é contra a cultura do cancelamento de perfis, mesmo aqueles que propagam fake news e também contra a censura política.

Essa ilha de exilados onde – aparentemente – todos são bem-vindos não teve um bom começo.

No dia de seu lançamento, o aplicativo foi hackeado e quase 80 mil usuários tiveram seus dados vazados.

Uma enxurrada de imagens pornográficas invadiu a rede e, semanas depois, propagandas terroristas de jihadistas do Estado Islâmico entraram no circuito.

No começo deste mês, o corregedor geral do Tribunal Superior Eleitoral, ministro Luis Felipe Salomão, determinou que a plataforma desmonetize os divulgadores de fake news políticas no Brasil.

A promessa de discurso irrestrito atrai os mais diversos seguidores.

Será que uma moderação de conteúdo é necessária?

Podemos afirmar que sim.

Notícias falsas, teorias da conspiração, conteúdos ilegais, produzidos e propagados deliberadamente, são altamente prejudiciais neste universo digital.

A viralização desses conteúdos contribui para uma manipulação massiva e extremamente perigosa porque nem todos os seguidores estão preparados e dispostos a checar o que estão consumindo.

Não há, ainda, uma cultura de educação digital onde o público é provocado a usar ferramentas de checagem.

Neste ambiente de suposta liberdade os robôs, trolls, haters e tantas criaturas que surgem a cada dia, encontram terreno fértil para agir e disseminar notícias mentirosas, com alto poder de manipulação.

Uma regulação se faz necessária porque o uso desenfreado das plataformas — onde todo e qualquer conteúdo que traz engajamento é bem-vindo — estimula os usuários e empresas a agirem em busca desse fenômeno a qualquer preço.

Informação confiável pode e deve ser a bola da vez neste universo digital que não vai parar de crescer.

É fundamental questionar e fazer uma reflexão sobre o tema da regulação das redes sociais feita por órgãos independentes como alternativa as tantas normas individuais regidas por cada rede.

Nossa liberdade pode ser limitada?

Se interferir na liberdade do outro, sim.

A liberdade de expressão tem que estar correlacionada com a preservação da vida e da segurança de todos.

Definitivamente Gettr começou causando polêmica!

Leia mais:

TSE determina que plataforma Gettr encerre repasse a propagadores de ‘fake news’

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Como Jason Miller está tentando colocar Trump de volta à Internet

A Rede Social pró-Trump, Gettr, está inundada de propaganda do ISIS incluindo vídeos de decapitações enquanto terroristas exploram a política de “liberdade de expressão” da plataforma

*Alexandre Loures e Flávio Castro são sócios da FSB Comunicação

Este é um conteúdo da Bússola, parceria entre a FSB Comunicação e a Exame. O texto não reflete necessariamente a opinião da Exame.

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