Bússola

Um conteúdo Bússola

STF abre informações sigilosas e empurra a CPI

Gravações entre pessoas em postos estratégicos e outras de fora do Planalto colocam em cheque a informalidade do governo

Suspensão do sigilo pode ajudar a endossar a tese de gabinete paralelo. (Marcos Oliveira/Agência Senado)

Suspensão do sigilo pode ajudar a endossar a tese de gabinete paralelo. (Marcos Oliveira/Agência Senado)

DR

Da Redação

Publicado em 10 de junho de 2021 às 21h14.

Por Marcio de Freitas*

A suspensão do sigilo do inquérito sobre atos antidemocráticos pelo ministro do STF Alexandre de Moraes trouxe informações que reforçaram as investigações incipientes da Comissão Parlamentar de Inquérito da Pandemia. O cruzamento dos dados e informações poderá ser usado para endossar a tese de gabinete paralelo e de uma assessoria informal que orientou e ajudou o presidente Jair Bolsonaro na definição de posicionamentos sobre o coronavírus.

É patente que o presidente não gosta da liturgia do cargo, nem dos limites que o cerimonial da Presidência da República impõe. Mas eles, em si, protegem a autoridade. A informalidade nas relações pode ser interpretada como uma falsa intimidade ou um acesso privilegiado.

Ao privilegiar esse tipo de relação, Bolsonaro mantém uma linha direta com seu eleitorado e mostra que não mudou ao chegar ao poder. É um ponto. O outro é abrir a guarda e permitir que qualquer tipo de pessoa se aproxime.

No caso da CPI, a tese central é que milhares de pessoas morreram porque houve a intenção deliberada do presidente, aconselhado por pessoas equivocadas de fora da hierarquia dos cargos de governo. Essa tese ganha fôlego com as revelações de gravações entre pessoas em postos estratégicos e empresários ou blogueiros que não têm relação oficial com o Palácio do Planalto.

Se de um lado o STF alimentou a CPI, de outro possibilitou que o governador do Amazonas, Wilson Lima (PSC) não comparecesse e frustrou os senadores que esperavam trazer os responsáveis pelos estados para a linha de tiro. Diante disso, a CPI avançou em quebras de sigilos. Algumas polêmicas pela forma e pela falta de elementos concretos para as solicitações. Mas quem se importa neste momento com pequenos direitos feridos…

Siga a Bússola nas redes: Instagram | LinkedinTwitter | Facebook | Youtube

Acompanhe tudo sobre:Bússola PoderCPI da CovidGoverno BolsonaroPandemiaSenadoSupremo Tribunal Federal (STF)

Mais de Bússola

Índice de Carbono Eficiente da B3 recebe nova gigante da moda brasileira

Empresa brasileira de conteúdo digital tem crescimento anual de 90% e atrai fundos de investimentos

Bússola & Cia: Syonet cresce 30% oferecendo tecnologia para concessionárias de veículos

Gestão Sustentável: desigualdades ampliam impacto de crises climáticas e socioeconômicas