O litro da gasolina agora atinge o valor de R$2,93 (Elpidio Costa Junior/Getty Images)
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Publicado em 30 de agosto de 2023 às 15h02.
De acordo com o anúncio da Petrobras, feito no dia 15 de agosto, os preços dos combustíveis estão passando por uma nova rodada de ajustes. Com aumento de 16,3%, a gasolina passa a ser comercializada por R$ 2,93 o litro, enquanto o diesel aumentou em 25,8%, chegando ao valor de R$ 3,80 por litro. O aumento tem impacto direto na gestão de frotas, tanto de empresas que provem o serviço quanto de empresas que dependem dele.
Para não sofrer consequências significativa em seus custos operacionais, lucratividade e estratégias de negócios, essas empresas precisam de flexibilidade, capacidade de adaptação e disposição para implementar medidas que otimizem o consumo de combustível e reduzam os custos associados. O momento pode parecer desafiador, mas apresenta uma oportunidade única: economizar e, ao mesmo tempo, atingir metas e objetivos voltados para a sustentabilidade.
Para iniciar a mudança, inovação e otimização das suas operações, as empresas podem encontrar alternativas em pelo menos duas soluções:
Além dos desafios financeiros que o aumento do preço da gasolina impõe às empresas com frotas, a necessidade de economizar combustíveis e otimizar a operação das frotas também é uma questão da sustentabilidade ambiental. A emissão de gases poluentes provenientes da queima de combustíveis fósseis contribui significativamente para as mudanças climáticas e a poluição do ar. Ao adotar práticas que reduzem o consumo de combustível as empresas não apenas enfrentam os desafios econômicos, mas também contribuem para a redução das emissões nocivas, alinhando-se a objetivos mais amplos de responsabilidade ambiental e sustentabilidade a longo prazo. O desafio mesmo está na busca por soluções efetivas.
Diante desse cenário, tecnologias como a videotelemetria podem se tornar alternativas essenciais. A solução consiste na combinação de internet das coisas (IoT), inteligência artificial e ciência de dados, que permitem que as empresas tenham uma grande visibilidade da operação de suas frotas. Sensores e câmeras instalados nos veículos registram localização, trajetos, acelerações, frenagens e outros, enviando os dados para uma plataforma de inteligência.
Com a análise desses dados, é possível identificar padrões de comportamento que podem estar afetando negativamente o consumo da gasolina e diesel. Com base nos insights, as organizações podem implementar medidas voltadas para a otimização comportamental como: manutenção preventiva, treinamento de motoristas para práticas de condução eficiente e otimização de rotas para reduzir a quilometragem desnecessária. Essas ações não só contribuem para uma operação mais econômica, mas também desempenham um papel fundamental na diminuição das emissões de gases prejudiciais, em consonância com os princípios da preservação ambiental e da sustentabilidade.
De acordo com os dados fornecidos pela Berg Insight Fleet Management, o país possui aproximadamente 11 milhões de veículos comerciais, mas somente 20% deles estão atualmente utilizando alguma forma de telemetria. Nos Estados Unidos esse número chega a 60%. “Quando analisamos os números da adoção da videotelemetria no país, eles são ainda menores, mas têm crescido nos últimos anos. 50% dos nossos novos clientes já optam pela telemetria com câmera”, afirma Rodrigo Mourad, presidente e cofundador da Cobli, gestora de frotas que oferece a solução.
Outra alternativa para a redução das emissões de dióxido de carbono é a adoção de carros elétricos. Segundo informações da Associação Brasileira de Veículos Elétricos (ABVE), no ano de 2022 a comercialização desses automóveis subiu 41%. Os veículos emitem cerca de 50% menos gases de efeito estufa e, dependendo do tamanho da frota e das operações da empresa, o investimento pode ser muito vantajoso. Além disso, essa transição reflete o compromisso com a sustentabilidade e a responsabilidade ambiental, demonstrando a disposição de adotar soluções inovadoras e de baixo impacto para reduzir a pegada de carbono de suas frotas, ao mesmo tempo em que se alinham aos objetivos climáticos globais.
Um exemplo prático pode ser encontrado nas Lojas Renner, que se tornou uma das primeiras empresas do varejo a adotar a tecnologia em seus processos, passando a utilizar veículos 100% elétricos na distribuição de mercadorias em suas lojas na cidade de São Paulo. A empresa prevê uma redução de até 46,2% nas emissões absolutas de CEO2 em suas operações.
À medida que as preocupações com as mudanças climáticas ganham cada vez mais relevância, a otimização das frotas e a redução das emissões de gases poluentes tornam-se não apenas imperativos econômicos, mas também componentes essenciais de um planejamento empresarial responsável e alinhado aos princípios ESG (Ambiental, Social e Governança). A área de logística e transporte desempenha um papel crucial nesse contexto, já que suas práticas têm um impacto direto nas emissões de carbono e na pegada ambiental da empresa. Ao incorporar a gestão sustentável das frotas como parte integrante do planejamento ESG, as empresas demonstram seu compromisso com a mitigação das mudanças climáticas e com a promoção de um futuro mais saudável e resiliente.
Nesse sentido, a busca por eficiência operacional e a redução das emissões não são apenas metas empresariais, mas contribuições concretas para um mundo sustentável e mais equitativo.
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