Escritório da Foregon: alta taxa de abertura de e-mails fez com que a mensagem da empresa chegasse a 3,5 milhões de usuários nos dez primeiros meses do ano (Divulgação/Divulgação)
Bússola
Publicado em 27 de dezembro de 2022 às 19h30.
Última atualização em 27 de dezembro de 2022 às 21h04.
Por Renato Basso*
Se há alguns anos a recomendação do mercado de trabalho para sermos bem-sucedidos sem abrir mão do bem-estar era separar a vida pessoal e profissional, hoje, essa conversa mudou. Com a pandemia, o trabalho invadiu nossa vida pessoal, e se essa divisão já foi algum dia possível, hoje claramente não é mais.
A ficção traz alguns bons pontos para refletirmos sobre o tema. É o caso da realidade de Ruptura, série de TV que retrata uma equipe de funcionários cujas memórias foram cirurgicamente divididas entre vida profissional e pessoal: quando estão no escritório, só terão as lembranças referentes ao trabalho; em casa não lembrarão das situações profissionais.
Pode parecer uma boa solução focar em apenas um dos aspectos da vida de cada vez e não deixar que eles interfiram um no outro, assim como na série. Porém, empresas que não criam possibilidades para que os funcionários experimentem o bem-estar de forma flexível podem se tornar as grandes vilãs da história, uma vez que na prática essas duas “vidas” não se separam. Nossas carreiras e campo de estudo são construídos com base em nossos principais interesses, valores, experiências e, também o bem-estar, independente do que ele representa para cada pessoa.
O conceito de bem-estar que conhecemos sempre foi pautado em equilíbrio, em encontrar uma forma de balancear a vida e o trabalho. O conceito de work-life balance tem mais de 50 anos e atualmente já está desatualizado. Em seu Panorama do bem-estar corporativo, o Gympass descobre que as pessoas buscam (e esperam que as empresas ofereçam) bem-estar integral. Assim, o estudo propõe uma mudança da estratégia corporativa, com a empresa se preocupando com todas as dimensões (corpo, mente e vida) e etapas da vida e do dia a dia de seu colaborador, provendo flexibilidade e suporte na sua jornada para que ele inclua cada vez mais bem-estar na sua rotina.
O estudo, realizado em nove países, demonstra que a perspectiva de bem-estar no trabalho é um fator preponderante nas decisões que os colaboradores tomam em relação à carreira. Para 83% dos entrevistados, o bem-estar é um pilar tão importante quanto o salário, enquanto 85% concordam que tenderiam a permanecer em um cargo se a empresa priorizasse o bem-estar, e 77% pensariam em deixar uma empresa que não prioriza o bem-estar. Isso mostra que a possibilidade de vivenciar o bem-estar em paralelo com as responsabilidades da carreira, são tão relevantes para os trabalhadores quanto o próprio trabalho em si.
*Renato Basso é vice-presidente de Pessoas do Gympass, maior plataforma de bem-estar corporativo do mundo.
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