No primeiro semestre de 2021 foram feitos mais de dois milhões de registros de fraudes relacionadas a dados bancários, aponta pesquisa (Rafael Henrique/SOPA/Getty Images)
Bússola
Publicado em 21 de dezembro de 2021 às 09h00.
Por Bússola
Com pouco mais de um ano de existência, o Pix, modalidade de pagamento instantâneo, se tornou a queridinha dos brasileiros. Só em novembro deste ano, foram registradas mais de 360 milhões de chaves ativas em todo território nacional, segundo o Banco Central. A evidente aderência dos brasileiros ao modelo de pagamento se deve à rapidez da transação e gratuidade para pessoas físicas.
Por conta das facilidades, vários estabelecimentos dão vantagens para quem optar pelo pagamento via Pix, e a popularização do meio de pagamento é um atrativo para criminosos. Ainda que o Banco Central tenha reduzido o limite das transações entre 20h e 6h e aos finais de semana depois de diversos casos de assaltos, não são poucas as pessoas que foram lesadas: segundo o Dfndr Lab, principal laboratório de cibersegurança da América Latina, no primeiro semestre de 2021 foram feitos mais de dois milhões de registros de fraudes relacionadas a dados bancários.
Confira algumas dicas para saber como se proteger e ter um final de ano mais tranquilo:
Segundo Paulo Castro, CEO e co-fundador do Contbank, fintech especializada em PMEs, um dos golpes que mais afetam as empresas é quando um cliente envia um comprovante de transação falso: “É sempre necessário conferir no extrato da conta se o dinheiro realmente entrou. Como o pagamento é feito de maneira instantânea é possível olhar pelo próprio aplicativo bancário”.
Apesar do tipo mais comum de golpe envolvendo o pix ser através do relacionamento direto entre o criminoso e a vítima, há crimes que envolvem engenhosos esquemas hackers. Segundo Eduardo Tardelli, CEO da upLexis, empresa especializada em mineração de dados, um arquivo pode ser enviado por e-mail ou link suspeito e quando o usuário abre, um software espião é instalado no dispositivo sem que se perceba. “Quando o aplicativo bancário é aberto, o malware captura todas as informações da pessoa. Pela facilidade do pix, é possível transferir toda a quantia da conta para o criminoso. O ideal é não clicar em nenhum link de origem duvidosa”.
O PIX é uma forma de pagamento irreversível, por isso é importante verificar se o CNPJ da chave corresponde ao estabelecimento correto. “Pesquise por referências na internet, em sites como o ReclameAqui ou Consumidor.gov.br, verifique se o nome e CNPJ do recebedor do Pix é, de fato, a empresa de onde você está comprando e, sobretudo, desconfie de Pix para pessoas físicas e MEIs”, alerta Ariane Pelicioli, CEO da iUPay, fintech acelerada pelo InovAtiva Brasil.
Caso esteja comprando em uma loja online ou marketplace, é primordial que a compra seja finalizada no mesmo lugar, seja no site ou app. Desta forma, há garantia de ressarcimento caso a encomenda não chegue. Se o vendedor pedir para finalizar a transação em outro ambiente ou para transferir o dinheiro, desconfie. "O Pix trouxe mais agilidade e inclusão para os variados tipos de usuários brasileiros. Em contrapartida, a facilidade também chega aos fraudadores, que agora têm mais uma ferramenta para alimentar seus esquemas fraudulentos, por isso, é preciso estar sempre atento" explica Ralf Germer, CEO da PagBrasil, fintech brasileira líder em pagamentos em e-commerces ao redor do mundo.
Cadastre a autenticação de dois fatores, um recurso disponível em vários aplicativos para reforçar a segurança do acesso. Esta ferramenta funciona como uma camada extra de segurança. “Ao ativar a verificação em duas etapas, como um código de SMS ou PIN, o usuário precisa fornecer uma segunda informação após inserir login e senha, e só então terá acesso à conta. Isso dificulta que o perfil seja clonado. Além disso, em hipótese alguma, compartilhe as suas senhas, nem utilize o salvamento automático em serviços sensíveis de pagamento, a exemplo do home banking”, destaca Andrew Martinez, CEO da HackerSec, empresa referência em cibersegurança no país.
É notório que o pix continua em evolução e novas funcionalidades são implementadas a todo momento, mas é preciso ter cautela quando o assunto envolve transações financeiras. Aliada a tecnologia, as práticas de fraudes e golpes também estão se acentuando. Muitas vezes, golpistas entram em contato por telefone ou whatsapp se passando pela instituição financeira para ajudar a vítima a fazer o cadastramento da chave pix, e induz a fazer uma transferência ou solicita informações sigilosas ao cliente. “Sempre desconfie, afinal, o banco nunca solicitará dados pessoais ao cliente, seja por e-mail, telefone ou redes sociais. Caso tenha qualquer dúvida, é importante entrar em contato com seu banco” comenta Alberto André, CEO do Plusdin, portal de produtos e serviços financeiros que recomenda produtos exclusivamente de acordo com as necessidades de cada cliente.
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