Bússola

Um conteúdo Bússola

Quem não começou a se ajustar a essa norma da CVM já está atrasado

Na coluna Gestão Sustentável desta semana, Danilo Maeda explica a importância de norma que estabelece padrões de estratégia ESG em empresas

Muita gente no mercado ainda procura compreender os impactos e ajustes necessários

Muita gente no mercado ainda procura compreender os impactos e ajustes necessários

Danilo Maeda
Danilo Maeda

Head da Beon - Colunista Bússola

Publicado em 11 de setembro de 2024 às 15h00.

Há quase um ano, a CVM publicava a norma 193/2023, que tornou o Brasil o primeiro país do mundo a adotar um padrão global para divulgações financeiras de sustentabilidade, no caso as normas da IFRS

Muita gente no mercado ainda procura compreender os impactos e ajustes necessários – e quem ainda não se moveu está atrasado – então é importante destacar alguns pontos: ao exigir a divulgação de informações sobre sustentabilidade nas demonstrações financeiras, a norma produz um benefício imediato que é a integração estratégica de riscos e impactos ESG na estratégia e modelo de negócios.

Por que o framework IFRS é importante?

O framework IFRS oferece um conjunto de diretrizes claras e consistentes para a identificação, mensuração e divulgação de informações sobre sustentabilidade. 

Ao adotar essa norma, as empresas brasileiras demonstram seu compromisso com a sustentabilidade e com a criação de valor de longo prazo para todos os seus stakeholders

Adicionalmente, a padronização é benéfica para os investidores, que poderão ter informações mais comparáveis sobre desempenho ESG, o que facilitará avaliação de riscos sociais, ambientais ou de governança.

Importância para o engajamento de stakeholders

É importante ressaltar que o foco do IFRS em riscos e impactos que afetam a capacidade de criação de valor da companhia não significa que a importância do engajamento de stakeholders seja minimizada

Pelo contrário, o framework reconhece que os aspectos sociais e ambientais podem ter um impacto significativo nos negócios e, portanto, devem ser considerados na tomada de decisão. 

O engajamento com os stakeholders permite que as empresas identifiquem e gerenciem os riscos e as oportunidades socioambientais de forma abrangente. Em outras palavras, como temos repetido por aqui, não se faz sustentabilidade sem engajamento de stakeholders.

Se adotada com diligência e integração estratégica, a normativa tende a gerar impactos positivos para as empresas. Ao fornecer informações mais completas e transparentes sobre seus impactos sociais e ambientais, será possível atrair investidores com visão de longo prazo, reduzir custos de financiamento e melhorar a reputação. Além disso, a integração da gestão ESG ao negócio incentiva a melhoria contínua dos processos de riscos e a adoção de práticas mais sustentáveis em toda a cadeia de valor.

Apesar dos benefícios, a adequação pode ser desafiadora 

Será necessário investir em ferramentas como mapeamento e classificação de riscos e impactos, avaliação de materialidade, criação (ou revisão) do sistema de indicadores ESG, integração estratégica e de gestão, sistemas, processos e capacitação de pessoal. Em contrapartida, ao passar por este processo as empresas estarão mais bem preparadas para enfrentar os desafios do futuro e contribuir para um desenvolvimento econômico mais sustentável. E com o prazo para adequação o processo pode ser feito com a diligência necessária - só não se pode deixar para a última hora.

Siga a Bússola nas redes: Instagram | Linkedin | Twitter | Facebook | Youtube 

Assine nossa newsletter e fique por dentro de todas as novidades 

 

Acompanhe tudo sobre:Bússola Gestão SustentávelESG

Mais de Bússola

Enel avança plano para dobrar efetivo e abre mais 500 vagas para eletricistas

Energia nuclear renovável? Empresa russa aposta em reprocessamento do combustível

Opinião: o Estado no papel de indutor de inovação nas Parcerias Público-Privadas de Educação

Bússola Cultural: Natal no Mundo do Circo, nas Fábricas de Cultura, no Museu de Arte Sacra e mais