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Quando o algoritmo é você ou por que conhecer o outro lado exige tempo

As pessoas tendem a ler e acreditar mais em conteúdos que reforçam seus pontos de vista e menos nos que destoam de seu modo de pensar

Temos a tendência de selecionar o que lemos (sxc.hu/SXC)

Temos a tendência de selecionar o que lemos (sxc.hu/SXC)

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Da Redação

Publicado em 3 de maio de 2021 às 17h39.

Última atualização em 4 de maio de 2021 às 18h21.

Citado em dez entre dez conversas sobre comunicação digital, o fenômeno da bolha é uma realidade. E o seu grande causador, para a maior parte das pessoas, tem nome: o algoritmo. Considerado o grande vilão das redes sociais, esse conjunto de regras que ordena o seu feed e define o que você vai ver a partir do seu comportamento é alvo de críticas severas.

Mas, e se eu te disser que você é o seu próprio algoritmo

Não é de hoje que as teorias da comunicação mostram que as pessoas tendem a ler e acreditar mais nos conteúdos que reforçam seus pontos de vista, em detrimento daqueles que destoam do seu modo de pensar. Na prática, é dizer que nós mesmos temos a tendência de selecionar – conscientemente ou não – o que lemos e o que é digno de ser considerado. Vale para o texto do jornal, para a conversa no Twitter e, até mesmo, para o almoço de domingo.

A prática de deixar de seguir alguns perfis nas redes sociais porque eles defendem pontos de vista diferentes é um exemplo concreto desse comportamento. “Ah, não vou perder meu tempo lendo essas barbaridades”, argumentam uns. “Não posso dar audiência para sandices”, dizem outros. 

De fato, conhecer o outro lado exige tempo, dedicação e muitas vezes sangue frio. Mas, se não for assim, como é mesmo que vamos continuar defendendo a diversidade, o diálogo e até mesmo a democracia?

*Érica Abe é diretora de Estratégia Digital da FSB Comunicação

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