Joe Biden, presidente eleito dos Estados Unidos (Damir Sagolj/Reuters)
Mariana Martucci
Publicado em 23 de novembro de 2020 às 20h41.
A indicação de John Kerry à posição de enviado especial de Joe Biden para assuntos do clima acaba de desenhar o quadro que já se previa complexo para o Brasil diante da nova administração norte-americana.
Entre os temas que o novo presidente dos Estados Unidos poderia escolher para buscar restabelecer alguma hegemonia global, este era o mais óbvio.
Ainda que no ponto específico talvez haja mais alinhamentos do que desalinhamentos com a China.
Não é o caso do Brasil. Por aqui, Jair Bolsonaro estará logo logo sob pressão para decidir como encarar o desafio, dado o Brasil ter se colocado como alvo óbvio de ações norte-americanas que se pretendam exemplares.
Um "sitting duck", para usar a terminologia militar (aqui a explicação).
De duas uma: ou o Brasil se dobra ao diktat de Washington ou busca relativizar o alinhamento estratégico com os americanos. Ou tenta achar um ponto intermediário, enquadrando-se mas livrando a cara aqui dentro no aspecto sempre sensível da soberania.
Uma tarefa para profissionais.
*Analista político da FSB Comunicação
Siga Bússola nas redes: Instagram | Linkedin | Twitter | Facebook | Youtube