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Profissionais com mais de 50, renegados pelo mercado, deveriam empreender

Consultoria cruza dados e transforma em conteúdo para estimular empreendedorismo e ajudar novos negócios a darem certo

Graças à maturidade, o empreendimento se torna mais fácil (Stephen Zeigler/Getty Images)

Graças à maturidade, o empreendimento se torna mais fácil (Stephen Zeigler/Getty Images)

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Publicado em 28 de setembro de 2022 às 17h00.

Por Bússola 

O profissional na faixa dos 50 anos, que acumula bagagem de vida e currículo extenso, que já teve diversas experiências entre frustrações e sucessos, é o mais preparado para abrir seu próprio negócio, aponta o relatório de inteligência "Empreendedores 50+: o Futuro do Brasil", da consultoria Empreendabilidade. 

O material faz uma análise concreta e crítica a partir de um compilado de dados macroeconômicos e do ambiente de negócios, estudos acadêmicos e de outras fontes sobre a previdência social, o empreendedorismo e o perfil de profissionais maduros, que, no olhar da casa, deveriam apostar nos seus soft skills e buscar desenvolver as características que lhes faltam, se forem necessárias, para empreender. 

O levantamento indica que, com a maturidade, essas pessoas têm mais chances de criar negócios e terem sucesso. "Os empresários maduros lideram, em maior quantidade, empresas estáveis, mais longevas, que geram mais empregos, e que trazem maior impacto positivo para toda a economia", afirma Ricardo Meireles, comunicador e economista, fundador do Empreendabilidade e responsável pelo estudo. 

A primeira parte do relatório detalha o envelhecimento da população, que, daqui a duas décadas (2040), terá mais idosos acima de 65 anos do que jovens abaixo dos 15, e com a atividade econômica que ainda segue conceitos antigos, como por exemplo, o modelo de aposentadoria.

Um gráfico mostra que o pico de ganho (e de contribuição) econômico está na faixa etária entre 30 e 49 anos. “São menos de 20 anos no auge, enquanto a expectativa de vida já passa, em média, dos 76 anos”, declara Meireles. 

Além disso, a "economia prateada" acaba promovendo um consumismo em um grupo que já não produz. “O mercado do consumo acaba invertendo a ordem dos valores, propondo aumentar o consumo sem uma solução para aumento de produção”, diz. 

“Estamos acompanhando uma discussão sobre recolocação de profissionais mais velhos nas empresas, enquanto que, se eles forem estimulados a empreender, isso não apenas ajudaria a resolver a questão da ocupação dessa população como traria uma série de benefícios para a sociedade, como a fundação de empresas mais sólidas e maior geração de empregos”. 

O estudo reforça que os fatores relacionados à maturidade são considerados características de bons empreendedores, como uma maior disposição para lidar com situações complexas, facilidade em tomar melhores decisões e uma maior aceitação a riscos. O material também lembra que as instituições financeiras são mais adeptas a emprestar dinheiro para empresários com mais idade.

Apesar da indicação para empreender, Meireles aponta que o movimento de recolocação é importante. “Nem todos estão dispostos a empreender, mas é possível separar os grupos. Uma das sugestões é de que as empresas possam direcionar esforços para realocar esses profissionais como terceiros na cadeia produtiva, por exemplo, aproveitando as experiências que eles já têm em suas áreas", diz o pesquisador. 

O relatório propõe ações para as empresas e para o poder público. “Estamos conversando com algumas instituições, em busca de projetos estruturados, que podem envolver desde uma pesquisa mais elaborada até a entrega de capacitação sobre empreendedorismo”, afirma Meireles. 

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