Bússola

Um conteúdo Bússola

Precisamos falar sobre NFTs: o novo buzz que deixa rastro no planeta

CEO do Twitter vendeu post por R$ 2,9 mi, mas emitir um NFT consome, em 10 segundos, energia equivalente a uma família em um ano

A emissão de um NFT pode queimar, em 10 segundos, algo como 8,7 megawatts de energia – o equivalente ao consumo de uma família padrão em um ano (Jirapong Manustrong/Getty Images)

A emissão de um NFT pode queimar, em 10 segundos, algo como 8,7 megawatts de energia – o equivalente ao consumo de uma família padrão em um ano (Jirapong Manustrong/Getty Images)

KS

Karina Souza

Publicado em 6 de abril de 2021 às 20h57.

Última atualização em 6 de abril de 2021 às 20h59.

Entusiasta de investimentos em criptomoedas e transações eletrônicas, o CEO do Twitter, Jack Dorsey, vendeu seu primeiro post, publicado na rede social em março de 2006, por pouco mais de US$ 2,9 milhões. Na ação, um misto de marketing com caridade, destinou o valor arrecadado para a ONG GiveDirectly, que ajuda famílias em situação de extrema pobreza na África Oriental. E chamou atenção não só pelo preço atingido, mas porque a transação foi feita por meio de token não-fungivel – o NFT.

Essa sigla de três letras explodiu em popularidade nos últimos meses e mudou a paisagem das redes sociais. Trata-se de um tipo de chave eletrônica criptográfica gerada a partir de uma blockchain, usada de forma única: quando essa chave é aplicada a uma obra de arte, por exemplo, ela funciona como uma garantia de propriedade intelectual, um selo que atesta que aquele produto é único. E tem dono.

Geralmente pensamos em obras de arte quando falamos em NFT. A verdade é que eles podem ser aplicados a qualquer coisa. Como um tuíte. Ou um meme – como foi o caso do Nyan Cat, vendido recentemente por US$ 450 mil. Mas, sim, é no mercado de arte digital que se observam as grandes mudanças trazidas pelos tokens não-fungíveis.

A banda Kings of Leon, por exemplo, lançou um álbum incluindo versões em NFT com certos benefícios exclusivos como localização privilegiada nos shows ao vivo, álbum especial e artes diferenciadas.

Tanta novidade, contudo, não acontece sem um certo grau de controvérsia. É que NFTs também podem ter um impacto pernicioso sobre o clima do planeta.

Isso porque, para ser vendido, um NFT precisa ser gerado por uma blockchain, que depende de uma rede de computadores com alto consumo de energia.

A emissão de um NFT pode queimar, em 10 segundos, algo como 8,7 megawatts de energia – o equivalente ao consumo de uma família padrão em um ano.

A banda Gorillaz foi bastante criticada por seus fãs ao anunciar a comercialização de um NFT para celebrar os 20 anos do seu álbum de estreia. A polêmica aconteceu porque um dos discos mais famosos da banda, Plastic Beach, faz uma crítica contundente aos danos causados por seres humanos ao meio ambiente.

* Alexandre Loures e Flávio Castro são sócios da FSB Comunicação

Assine os Boletins da Bússola

Siga Bússola nas redes: Instagram | LinkedinTwitter  |   Facebook   |  Youtube

Acompanhe tudo sobre:BlockchainCriptomoedasSustentabilidadeTwitter

Mais de Bússola

Estratégia ESG: como a Petlove reduziu 42% dos resíduos gerados

Bússola Cultural: Martin Luther King, o musical

Entidades alertam STF para risco jurídico em caso sobre Lei das S.A

Regina Monge: o que é a Economia da Atenção?