(Parradee Kietsirikul/Getty Images)
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Publicado em 14 de junho de 2024 às 15h00.
Nesta quarta-feira (12), a Comissão Temporária Interna adiou a votação do PL nº 2338/2023, que regulamenta o desenvolvimento da Inteligência Artificial (IA) no Brasil.
O texto, que causou burburinho nas redes sociais, terá nova votação na próxima terça-feira (18).
As opiniões divergem, mas algumas das principais preocupações da população dizem respeito à utilização da IA no processo de curadoria de conteúdos nas redes sociais. A indústria, por sua vez, reconhece a importância do PL, mas com ressalvas.
Para a Câmara Brasileira da Economia Digital (camara-e.net), associação que representa empresas do ecossistema digital, é necessário realizar melhorias no texto para construir uma regulação equilibrada, que assegure os direitos dos cidadãos brasileiros, sem impedir ou engessar a inovação.
A associação lista os seguintes pontos para melhoria do texto:
Segundo a camara-e.net, o texto é genérico em diversos pontos, terceiriza ao Poder Executivo a definição de questões críticas e posterga decisões importantes sobre governança regulatória.
O texto, aplicável a virtualmente todas as áreas da economia brasileira, se apresenta como mais gravoso do que a norma europeia (notoriamente rigorosa), sem considerar que:
A associação acredita que em vez de estimular o desenvolvimento da IA, garantindo um grau adequado de segurança aos usuários, o texto cria uma regulação desproporcional que tira o Brasil do mercado de desenvolvimento de IA.
Outros potenciais efeitos negativos incluem a prevenção da criação de novas empresas no setor e a desmotivação de empresas estrangeiras que tenham interesse no mercado brasileiro.
A camara-e.net defende um debate técnico e robusto, baseado em análise dos impactos da proposta aos múltiplos e distintos atores que participam de diferentes etapas da cadeia de desenvolvimento e uso de IA, em especial para usuários.
Segundo Ricardo Maravalhas, CEO da DPOnet, empresa brasileira que adota inteligência artificial em plataforma de privacidade, a lei tem pelo menos quatro pontos que merecem destaque:
Estes princípios asseguram o desenvolvimento de um texto coeso, mas o debate ainda precisa avançar de mais foco na segurança de dados e na responsabilidade das empresas que utilizam IA.
“Assim como também na LGPD, as empresas devem assumir responsabilidades de forma eficaz, proporcionando a melhor experiência aos clientes”, conclui.
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