Criação de parques eólicos e solares se intensifica na Bahia (Freepik/Reprodução)
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Publicado em 14 de abril de 2025 às 15h00.
Última atualização em 14 de abril de 2025 às 16h05.
A produção de energia renovável no Brasil cresceu, mas há algo ainda mais surpreendente ocorrendo na Bahia.
Estado com um dos maiores avanços na implantação de parques eólicos e solares, a Bahia não está criando apenas uma base de geração renovável, mas cria também as condições para se tornar uma importante base da cadeia setorial das renováveis.
Filipe Bonaldo, Head Brasil da A&M Infra, nos conta nesta entrevista como o crescimento das renováveis na Bahia tem enfrentado os desafios e assegurado a expansão do setor elétrico de forma sustentável e inovadora.
A Bahia tem se destacado no setor de energias renováveis, especialmente eólica e solar, servindo de exemplo para o Brasil no incentivo a fontes limpas e na transição energética. O projeto híbrido da Statkraft em Uibaí, com um parque eólico em operação e o Complexo Santa Eugênia Solar em construção, ilustra a eficiência da união dessas fontes. Além disso, o complexo solar desenvolve importantes projetos sociais e ambientais na região. A Bahia tem muito a contribuir na COP-30, bem como empresas como Statkraft, EDF e Enel podem fornecer dados e experiências ao governo baiano.
Sim. Há uma base de geração consolidada, uma cadeia industrial emergente e uma oferta de produtos e serviços que geram empregos, movimenta a economia da capital ao interior. Essa movimentação consolida uma nova vocação econômica para a Bahia.
Toda atividade gera impactos, mas os das renováveis são menores que os de outras fontes. Os efeitos positivos de projetos eólicos e solares superam os negativos. A vocação criada na Bahia e em outros estados está ancorada no licenciamento ambiental, que tem se ajustado às dimensões dos projetos. O Brasil tem percebido a necessidade de um licenciamento proporcional ao tamanho do empreendimento. O Inema, agência ambiental baiana, tem atuado dessa forma.
Existe um pico de empregos na fase de obras, mas a operação também demanda serviços e mão de obra. A questão da empregabilidade é relativa, pois há oportunidades durante todo o ciclo de vida do ativo. O Complexo Santa Eugênia Solar, por exemplo, gerou mais de 700 empregos na região e manterá oportunidades na operação.
Todas as obrigações legais do licenciamento estão sendo cumpridas. As condicionantes e mitigações exigidas nas licenças são claras e estão sendo observadas. Os órgãos de controle podem verificar isso a qualquer momento. O que não podemos é validar um certo ativismo que resiste ao diálogo e nega o que está determinado nas licenças. Os órgãos de controle precisam exercer suas prerrogativas com responsabilidade, assim como associações, ONGs, entidades da sociedade civil e a imprensa.
O aspecto legal é o básico do licenciamento. Um parque eólico ou solar permanecerá no território por décadas e o empreendedor não pode ignorar questões fundiárias não resolvidas. É preciso considerar a adequação legal do local. Nenhum projeto ignora isso.
Eles têm uma função importante de apoio às cidades e regiões. Projetos dessa natureza geram renda fiscal que pode mudar a realidade financeira dos municípios, permitindo a criação de políticas públicas. Além disso, há projetos ambientais e sociais que geram efeitos positivos, como vemos em Uibaí e Ibipeba. É preciso considerar a vida integral do projeto e a longevidade dos benefícios. Esses ganhos consequentes da energia renovável no estado são reais e de longa geração.
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