A segunda onda da covid no Brasil começa, enfim, a desacelerar? (Bússola/Divulgação)
Bússola
Publicado em 30 de abril de 2021 às 13h12.
Última atualização em 3 de novembro de 2022 às 19h20.
O novo episódio do Podcast A+ debate o pior mês da pandemia no Brasil. Com o recorde de mais de 80.000 mortes em abril, o país ultrapassou a triste marca de 400.000 óbitos por covid-19. O número de vidas perdidas para a doença nos quatro primeiros meses de 2021 já supera o total do ano passado.
No meio de estatísticas tão trágicas, um alento: a segunda onda começa, enfim, a dar sinais de desaceleração. Os números de novos casos e mortes nesta última semana de abril estão em queda. E, pela primeira vez em cinco meses, a taxa de transmissão da covid no Brasil, medida pelo Imperial College de Londres, caiu para menos de 1. Segundo o índice, que hoje está em 0,93, cada 100 pessoas com o vírus no país infectam outras 93.
Se a melhora nos indicadores aponta para um futuro menos sombrio, o cenário exige muita cautela. A média móvel de mortes, que tem caído progressivamente, ainda está num patamar altíssimo: cerca de 2.500 óbitos por dia. Enquanto isso, a vacinação, que atingiu apenas uma pequena parcela dos brasileiros, enfrenta uma série de obstáculos.
O Ministério da Saúde reduziu em quase 15 milhões a previsão de doses para maio. Um dos entraves à produção e à importação de vacinas para o Brasil é o agravamento da crise sanitária na Índia. O país asiático, que é um grande produtor de imunizantes e insumos, tem priorizado abastecer o mercado interno. Além disso, com a demora na importação do IFA (Ingrediente Farmacêutico Ativo), enviado pela China, o Ministério admitiu preocupação com a falta de Coronavac para a aplicação da segunda dose — problema registrado em cidades de pelo menos 18 estados.
Uma boa notícia é que o governo brasileiro acaba de receber o primeiro lote de 1 milhão de doses da vacina da Pfizer. Já a importação do imunizante russo Sputnik V, pedida por dez estados, foi negada pela Anvisa.
O final de abril marcou também o início dos trabalhos da CPI da Covid, que vai investigar a atuação do governo federal na pandemia e ainda a aplicação dos recursos federais por estados e municípios. O senador Renan Calheiros (MDB-AL), escolhido relator, fez um discurso duro na abertura da Comissão e propôs convocar todos os ministros da Saúde da administração Bolsonaro, que já começarão a ser ouvidos na próxima semana. Apenas nas primeiras 24 horas de funcionamento, a CPI já acumulava 176 requerimentos, entre pedidos de informação e convocação.
O A+ analisa a crise sanitária no Brasil, que teve em abril o seu mês mais letal e que nos últimos dias tem registrado um declínio da curva da doença, os desafios da vacinação e as repercussões da primeira semana da CPI da Covid. No bate-papo, o jornalista Rafael Lisbôa, diretor da Bússola, conversa com Gabriela Wolthers, sócia da FSB Comunicação, Marcelo Tokarski, sócio-diretor do Instituto FSB Pesquisa e da FSB Inteligência, e o analista político Alon Feuerwerker.
Escute abaixo o episódio, e ainda pelo Spotify ou Apple Podcasts. A edição é de Guilherme Baldi.
O Podcast A+ faz parte da plataforma Bússola, uma parceria entre a revista EXAME e o Grupo FSB.
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