Plataformas são alternativa mesmo com a baixa na economia do país (Getty Images/Getty Images)
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Publicado em 27 de abril de 2023 às 17h30.
Última atualização em 27 de abril de 2023 às 17h44.
Por André Macedo*
A digitalização trouxe ao mercado de trabalho diversas oportunidades. No varejo, por exemplo, o e-commerce veio como uma espécie de facilitador de todo o processo de compra e venda. Entre os benefícios, destacam-se a facilidade de compra, a ampliação do alcance de público, a redução de custos e a possibilidade de acesso a produtos e serviços de diferentes partes do mundo. Por outro lado, o e-commerce também pode trazer desafios, como a competição acirrada e a pressão por preços baixos, que podem afetar a lucratividade dos negócios.
A digitalização aprofundou as desigualdades entre os profissionais, no caso dos MPMEs, ainda hoje nem todos estão familiarizados com as vendas online, e mesmo entre os que adotaram o modelo, a dificuldade de gerenciamento de estoques faz com que, no Brasil, empreendedores ofereçam seus produtos em poucos canais. A maioria utiliza apenas dois.
A tecnologia tem agido de modo a superar as dificuldades, as plataformas integradoras se dispõem a solucionar a questão dos estoques com simplicidade e baixo custo. Elas colocam à disposição dos vendedores a possibilidade de centralizar em um único lugar todo o estoque disponível do negócio, integrando vários canais de forma fácil, e permitindo uma visualização intuitiva para que possam assim, atuar em diferentes marketplaces.
A adoção dessas interfaces, além de solucionar a questão de oferta, age como um multiplicador de vendas, porque com elas existe uma funcionalidade mais efetiva no processo de preparação dos produtos. Quando se tem a parte de vendas definida de maneira organizada, o que é, em primeiro momento, a maior preocupação das MPMEs, sobra tempo ao empreendedor para se dedicar a outras áreas importantes do negócio, como contratação e engajamento de funcionários, mais atenção aos detalhes de operação e o desenvolvimento de estratégias de promoção de seus produtos ou serviços.
Quando falamos no microempreendedor, percebemos na gestão e estratégias de venda uma falha. Existe potencial e habilidades técnicas, mas falta conhecimento quando se trata de gerenciar e promover com eficiência o negócio. Em 2022, de acordo com dados divulgados pelo Sebrae, foram mais de 3,6 milhões o número de CNPJs abertos, 80% do número só na categoria MEI. Um crescente que comprova a tendência ao empreendedorismo no país, mesmo com a baixa na economia. Contudo, só a abertura do CNPJ não significa garantia de sucesso, isso depende de outros fatores, dentre eles a qualidade do produto ou serviço ofertado, e a capacidade de geri-lo.
A facilidade em oferecer produtos na internet é acompanhada por uma competição acirrada e, também pela pressão por baixos preços, o que pode afetar a lucratividade do negócio. Assim, investir tempo no conhecimento e compreensão do modelo, para além de expor uma vitrine na internet, e esperar que, por si só, ela venda, coloca o empreendedor a frente de seus concorrentes.
Ajudar microempreendedores a superar seus desafios, é parte importante do papel que as startups desempenham hoje. Assim como as plataformas integradoras concentram para que haja uma descentralização na demanda de preparação de vendas, existem serviços de gestão financeira e marketing digital que também podem ajudar no aumento das vendas.
A democratização do mercado é um desses desafios. É preciso que haja um movimento para capacitar os profissionais autônomos, principalmente na digitalização. Hoje, se pensarmos sobre os avanços tecnológicos do mercado, eles estão muito mais relacionados às profissões e vagas, do que aos profissionais que as ocupam. No varejo, as ferramentas têm se tornado cada vez mais modernas, mas ainda não existe na mesma intensidade, preocupação em ensinar as pessoas a forma como utilizá-las. O e-commerce tem impacto significativo na economia e nas relações sociais, mas se as pessoas não estão aptas a fazer uso do meio, tudo que há é um aprofundamento da desigualdade.
Se esses novos modelos de negócios vêm para incluir seus clientes no mercado, permitindo que eles tenham um maior alcance de público, e consequentemente de vendas, uma vez que fornecem ferramentas e soluções, e transformam canais digitais em aliados importantes, movidos por um desejo de tornar menos árduo o caminho desses vendedores, para que aproveitem ao máximo as oportunidades e tenham mais sucesso em seus negócios, é preciso que haja investimentos em programas de capacitação que ofereçam aos microempreendedores as habilidades necessárias para gerenciar seus negócios de forma eficiente, além de uma política de incentivos fiscais e de investimentos que estimule a digitalização, tornando esses processos mais acessíveis e democráticos.
* André Macedo é cofundador e CEO da RediRedi
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