Presidente Jair Bolsonaro (Ueslei Marcelino/Reuters)
Mariana Martucci
Publicado em 24 de março de 2021 às 18h49.
Última atualização em 24 de março de 2021 às 19h29.
Os movimentos das últimas horas foram claros. O presidente da República procurou ajustar o discurso e a operação política em torno da pandemia, para enfrentar o crescente risco de isolamento. As necessidades da nova conjuntura foram desenhadas pelo agravamento dos números trágicos da covid-19. E pela repercussão deles. Diante da maré crescente contra, o Planalto teve de agir.
Colocou a vacinação no centro do discurso e buscou articulação com os demais poderes e governadores. Persistem, naturalmente, os bolsões políticos de maior atrito, estimulados pelo desgaste presidencial e também, por que não?, motivados pela disputa eleitoral do próximo ano. Se vai funcionar, os dias e semanas vão dizer.
O Brasil caminha na vacina, mas a propagação do SARS-CoV-2 tem rapidez própria. Vamos aguardar para saber quanto a vacinação irá efetivamente contribuir para encurtar a duração da segunda onda. Ou até, quem sabe?, evitar a terceira. A ascendente da nova onda está mais aguda do que foi na primeira. Resta cruzar os dedos para que o declínio siga esse mesmo padrão.
*Alon Feuerwerker é analista político da FSB Comunicação
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