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Pix é jogo de ganha-ganha para pessoas, empresas e instituições financeiras

Webinar da Bússola debateu os 2 meses de operação do novo meio de pagamento do Banco Central e o seu potencial de crescimento

Se o novo meio de pagamento traz muitas facilidades, também requer que as instituições que oferecem a ferramenta aos clientes sejam capazes de proteger as transações contra fraudes de forma instantânea, de detectar golpes em questão de segundos (Rafael Henrique/SOPA/Getty Images)

Se o novo meio de pagamento traz muitas facilidades, também requer que as instituições que oferecem a ferramenta aos clientes sejam capazes de proteger as transações contra fraudes de forma instantânea, de detectar golpes em questão de segundos (Rafael Henrique/SOPA/Getty Images)

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Publicado em 13 de janeiro de 2021 às 21h56.

Última atualização em 1 de novembro de 2022 às 20h27.

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Passados dois meses de operação do Pix, o novo meio de pagamento do Banco Central que permite fazer operações de forma instantânea a qualquer dia e horário, todos ganharam com a novidade: pessoas, empresas e instituições financeiras. Essa foi a conclusão da live realizada nesta quarta-feira, 13 de janeiro, sobre os impactos da nova ferramenta no sistema financeiro brasileiro. O webinar reuniu Marcelo Scarpa, diretor executivo do banco digital digio; Fabiana Manuera, Head de Jurídico e Relações Corporativas da Donus, aplicativo de soluções financeiras da Z-Tech Brasil; e André Ferraz, CEO e fundador da Incognia.

 “Desde a entrada do Sistema de Pagamentos Brasileiro, o SBP, que criou a possibilidade do envio de TED (transferência eletrônica direta), há quase 20 anos, o sistema financeiro brasileiro não vivia uma revolução assim”, resumiu Scarpa, se referindo ao Pix e à implementação prevista para este ano do Open Banking, que vai facilitar a migração de um banco para outro e estimular a competitividade e eficiência do setor. Para o diretor do digio, é o início de um sistema mais rápido, prático, barato e transparente, com o protagonismo cada vez maior do cliente. “Essas iniciativas do Banco Central marcam o início de uma nova relação com as instituições financeiras, onde a chave dessa relação passa a ser do cliente, por meio de suas informações, e não mais dos bancos”, explicou.

No primeiro mês, de acordo com o BC, foram 92,5 milhões de operações, totalizando R$ 83,4 bilhões. Segundo projeção da consultoria EY, as transações no novo sistema de pagamentos podem responder por 36,3% do PIB brasileiro até 2024. “É bom para o mercado como um todo porque reduz custos, simplifica processos e agiliza operações. No fim do dia, todo mundo sai ganhando. Inclusive as micro, pequenas e médias empresas, que são o público-alvo da Donus e da Z-Tech Brasil. Nosso objetivo é usar a tecnologia para atender às necessidades de negócios menores, e o Pix surge como uma solução financeira que pode facilitar a vida dos nossos clientes”, disse Fabiana Manuera.

Com o Pix, a expectativa é a redução do uso de dinheiro em espécie. Segundo o World Payments Report, o Brasil é o quarto maior mercado a realizar transações sem dinheiro em espécie, ficando atrás dos Estados Unidos, Europa continental e China. Porém, 47% das transações de pagamento no país ainda são feitas em dinheiro. Para Marcelo Scarpa - que, somente nos dois primeiros meses, viu as operações com o Pix já representarem 56% das transferências no digio -, o potencial de crescimento da nova ferramenta é enorme e, em até 10 anos, deve superar as transações em dinheiro. “O Pix vai ajudar na bancarização dos brasileiros e na digitalização da economia. É uma oportunidade de trazer a parte da população que está desbancarizada para o mundo dos bancos digitais e formalizá-las no sistema financeiro”, afirmou.

Um dos desafios do Pix é avançar entre as empresas, que ainda não aderiram ao sistema de pagamento com a mesma intensidade que as pessoas físicas, responsáveis por 84% das transações no primeiro mês. Até o momento, de acordo com o Banco Central, 128,1 milhões de chaves foram cadastradas por indivíduos, enquanto 5,7 milhões são de pessoas jurídicas. “Ainda não está totalmente difundido entre as empresas, mas tem um universo muito grande para as transações via Pix, principalmente no varejo. Ainda vai demorar um pouco, mas, em algum momento, aquela famosa pergunta na hora do pagamento passará a ser ‘crédito, débito ou Pix?’”, declarou Scarpa.

Fabiana Manuera listou vantagens do Pix para as empresas que devem fazer com que progressivamente haja cada vez mais adesão ao sistema. “A partir do momento em que os donos de negócios entenderem que é mais barato fazer o pagamento de fornecedores via Pix em vez de TED ou DOC, que é mais simples fazer a gestão da receita via Pix em vez de boleto porque o dinheiro cai na hora, que a nova solução garante mais controle e transparência, a migração vai acontecer”, explicou. A executiva disse que esse movimento já começou entre os clientes da Donus/Z-Tech: “a gente já identifica hoje a procura cada vez maior por essa ferramenta por pequenos e médios empresários que fazem parte do nosso ecossistema”.

Se o novo meio de pagamento traz muitas facilidades, também requer que as instituições que oferecem a ferramenta aos clientes sejam capazes de proteger as transações contra fraudes de forma instantânea, de detectar golpes em questão de segundos. A Incognia, empresa de identidade digital, lançou uma solução de detecção instantânea de fraudes no Pix, com base na biometria comportamental por localização. “É uma biometria diferente daquela de face, de impressão digital. É uma biometria que lê o comportamento do usuário baseado na localização. Trata-se de um comportamento único para cada indivíduo porque ninguém está o tempo todo no mesmo ambiente que outras pessoas. Os locais frequentados servem para criar uma identidade digital. E a tecnologia tem sido usada por bancos, fintechs, meios de pagamentos e varejistas para garantir uma experiência segura”, afirmou André Ferraz.

O CEO da Incognia disse que não foi identificada qualquer falha de segurança do sistema do Pix, mas os criminosos estão sempre usando a criatividade para novos tipos de golpes. Ele citou fraudes envolvendo, por exemplo, QR Codes falsos, phishing com QR Code, criação de contas Pix com informações falsas ou identidades sintéticas, roubo de contas com engenharia social. “Nesse mundo de segurança, é tudo muito dinâmico. Em um momento, vão pensar em uma nova forma de ataque, e empresas de segurança vão oferecer uma solução para mitigar. É algo que acontece continuamente, mas não há nada a temer especificamente em relação ao ambiente do Pix”, concluiu.

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