Presidente da Associação Brasileira da Indústria de Refrigerantes e Bebidas não Alcoólicas (ABIR) prevê tendência de aumento na importância da agenda ESG nas empresas (Eduardo Frazão/Exame)
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Publicado em 15 de outubro de 2024 às 07h00.
Por Victor Bicca, presidente da ABIR*
Os recentes acontecimentos climáticos reforçam mais uma vez o papel da indústria no cumprimento da agenda ESG, com ações de sustentabilidade cada vez mais efetivas.
Neste contexto, a discussão sobre processos de descarte e reciclagem de diversos tipos de materiais são fundamentais dentro da estratégia de negócios dos maiores setores produtivos da economia brasileira.
Sede da COP 30 no ano que vem, o Brasil tem avançado em políticas para a diminuição do uso do plástico virgem.
Temos, inclusive, a expectativa de que o novo decreto do plástico, que será publicado em breve pelo Ministério do Meio Ambiente (MMA), aprimore a gestão de embalagens e estamos confiantes que será fundamental para o engajamento coletivo nesse sentido.
Quando olhamos para o setor de bebidas não alcoólicas observamos expressivos resultados. Algumas das maiores empresas do setor têm metas que visam a utilização de até 50% de plástico reciclado em suas garrafas até 2030.
No entanto, para alcançar esse objetivo, o segmento deve continuar investindo em ações de coleta, manuseio e processamento deste material, assim como o desenvolvimento de tecnologias que melhoram a eficiência de todo o processo de reciclagem.
E isso passa necessariamente pelo eficiente trabalho realizado pelas cooperativas e catadores, um mercado que cresce anualmente e contribui diretamente com as medidas adotadas pela indústria de bebidas não alcoólicas para uma atuação cada vez mais sustentável.
São mais de um milhão de catadores de materiais recicláveis no país, de acordo com a Associação Nacional de Catadores e Catadoras de Materiais Recicláveis (ANCAT), que desempenha um papel fundamental na valorização desses profissionais.
Ainda segundo dados do Sistema da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), o país pode chegar a 30 milhões de cooperados em 2027.
Para se ter uma dimensão deste segmento, o anuário da OCB de 2022 indicou que o Brasil tem quase 5 mil cooperativas de reciclagem.
Dessa maneira, para a indústria de bebidas não alcoólicas entender o impacto do uso do PET em sua operação, é mais do que primordial. Por isso, empresas e associações, incluindo a ABIR, se uniram para apoiar a primeira análise sobre todo o ciclo de vida das embalagens PET de alimentos líquidos produzidos no país.
O estudo encomendado pela ABIPET, que leva o nome de “Análise do Ciclo de Vida da Embalagens PET para Alimentos Líquidos”, escutou especialistas e instituições das áreas de embalagem e de alimentos, e, não só desmistificou o uso, como chegou à conclusão de que as embalagens PET utilizadas nas garrafas de água, refrigerantes e outras bebidas não alcoólicas, e óleo comestível, têm menos impacto do que as feitas de alumínio, vidro e aço.
Por isso, o desenvolvimento de novas tecnologias têm um papel crucial na redução do uso de plástico para melhorar o ciclo de vida das embalagens, com a adoção de processos cada vez mais efetivos de reciclagem, uso de materiais alternativos e, principalmente, o engajamento com esses consumidores.
As empresas estão dando passos significativos em direção a um futuro mais verde.
*Victor Bicca é Presidente da Associação Brasileira da Indústria de Refrigerantes e Bebidas não Alcoólicas (ABIR), Diretor de Relações Governamentais da Coca-Cola Brasil e vice-presidente do Conselho Diretor da Associação Brasileira da Indústria de Alimentos (ABIA).
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