O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, ao lado do presidente da Câmara, Arthur Lira (Luis Macedo/Câmara dos Deputados/Divulgação)
Mariana Martucci
Publicado em 19 de fevereiro de 2021 às 20h47.
Kakocracia é uma designação para governo ruim. É tudo que se deve evitar numa epidemia, até porque a rima é um tanto quanto pobre. Até por isso, o elogio da qualidade positiva deve ser ressaltado quando nos deparamos com ela em estado bruto.
A renovação das presidências do Congresso foi contaminada pela leitura de que, se o governo ganhou, o resultado era ruim para o país. Até agora, vai se dando o contrário.
A maré pode mudar, e muitas vezes isso inibe a possibilidade do reconhecimento das atitudes de homens públicos. Mas é preciso reconhecer que, diante do risco de uma grave crise institucional, os novos presidentes do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), e da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), atuaram para diminuir as tensões entre os Poderes. Passaram no primeiro teste.
Em outros tempos, a crise teria escalado as torres dos anexos do Palácio do Congresso antes de cair, puxando lideranças para o subsolo da política. Não foi o que aconteceu.
Sem frases de efeito, Arthur Lira gastou saliva nos bastidores com o Judiciário e com o Executivo. Ouviu muito e ficou rouco de tanto silenciar em público. A temperatura caiu. Ainda é preciso andar muito para colocar o Brasil nos trilhos. Não piorar já é algo.
O destino do deputado Daniel Silveira (PSL-RJ) não importa. Ele cometeu uma kakonomia. Importa o futuro do país, ainda mais com a pandemia e com a urgência em votar projetos essenciais para o destino do povo e da economia.
*Analista político da FSB Comunicação
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