Bússola

Um conteúdo Bússola

Otimismo no varejo: executivos acreditam que vendas seguirão em alta

Conjunto de adaptações feitas pelo setor para enfrentar desafios da pandemia foi tema da live de hoje, que reuniu lideranças do comércio varejista

Varejo: setor precisou se reinventar desde a chegada da covid-19 no Brasil (Tomaz Silva/Agência Brasil)

Varejo: setor precisou se reinventar desde a chegada da covid-19 no Brasil (Tomaz Silva/Agência Brasil)

B

Bússola

Publicado em 22 de setembro de 2020 às 21h24.

Última atualização em 1 de novembro de 2022 às 19h33.

yt thumbnail

O varejo, que precisou se reinventar desde a chegada da covid-19 no Brasil, comemora o aumento das vendas pelo terceiro mês seguido, ultrapassando, segundo o IBGE, o nível pré-pandemia. E líderes do setor acreditam que o comércio continuará em alta nos próximos meses.

A previsão foi dada na live promovida nesta terça-feira, 22, pela Bússola para debater a retomada do varejo e os desafios para o setor seguir crescendo. Participaram do webinar Stéphane Engelhard, VP de Relações Institucionais do Grupo Carrefour Brasil; Fabio Faccio, CEO da Lojas Renner; Daniel Pagano, diretor de Produtos, Marketing e Operações da Livelo; e Marcelo Miranda, VP Comercial e de Marketing da Iguatemi Empresa de Shopping Centers.

Os executivos destacaram que os últimos meses foram desafiadores para todos os segmentos varejistas. O comércio considerado essencial, que seguiu aberto, teve que rapidamente introduzir medidas de segurança para seus funcionários e consumidores.

Já as atividades que não se enquadram entre as essenciais precisaram inovar, criando novas modalidades de negócio e acelerando a transformação digital. Mudanças que, de acordo com os representantes das empresas, vieram para ficar. O esforço tem sido enorme; o aprendizado, diário. E, como mostram os números da retomada, o retorno tem vindo.

Para Stéphane Engelhard, do Grupo Carrefour Brasil, houve uma mudança radical nos hábitos de consumo que, entre outras coisas, aumentou as compras on-line de maneira expressiva.

O e-commerce cresceu em três meses o equivalente a três anos, e agora responde por 7,7% das vendas de alimentos. “Cozinhar em casa se tornou um fato importante que não vai desaparecer tão cedo. As pessoas tomaram gosto e esse momento de encontro familiar se tornou muito relevante na vida dos brasileiros”, afirmou.

Fabio Faccio, da Lojas Renner, disse que os últimos meses têm indicado sinais positivos da retomada. “Os volumes de venda vêm avançando até um pouco mais do que prevíamos inicialmente. A cada dia, aumentam o número de cidades que estão ampliando horários e dias de operação, sinalizando uma tendência bastante positiva para o segmento de varejo de moda daqui para o final do ano”, explicou.

Segundo Daniel Pagano, da Livelo, a empresa registrou aumento do número de parceiros nos seus programas de recompensa. Ele ressaltou ainda que, com as limitações impostas pelo coronavírus, viu uma mudança no perfil de resgate de produtos, antes associados principalmente a itens de viagem. “Ampliamos nosso catálogo, trazendo itens alinhados ao que os participantes estavam buscando no momento de isolamento, como itens para entretenimento em casa, ‘faça você mesmo’ e ginástica domiciliar”, disse.

Segundo o executivo do Carrefour, o futuro do varejo está ligado diretamente às iniciativas que facilitam a vida do consumidor. Em 2018, o Grupo Carrefour Brasil comprou a foodtech Cybercook que tinha como propósito oferecer receitas aos seus usuários. “Com alguns ajustes, a plataforma agora sugere pratos rápidos, saudáveis, de qualidade, a preços justos e ainda direciona os usuários para compras no nosso e-commerce”. O site hoje possui mais de 1 milhão de clientes cadastrados.

O setor de shoppings, um dos mais impactados durante a pandemia, teve que se adequar a novos protocolos de segurança e ao mundo digital. Marcelo Miranda, da Iguatemi Empresa de Shopping Centers, contou que foi primordial oferecer um ambiente seguro tanto para os parceiros lojistas quanto para os clientes e funcionários. “Desde o dia zero de reabertura, o Iguatemi implementou medição de temperatura e tapetes sanitizantes nos acessos, além de controle do fluxo de pessoas para oferecer tranquilidade e uma retomada consistente e segura aos negócios”, afirmou.

A marca já vinha trabalhando no ambiente digital desde outubro de 2019 com o marketplace Iguatemi 365. Com a pandemia, a plataforma ganhou grande relevância e aumentou sua velocidade de implementação. “Quando inauguramos o site, começamos com 80 marcas. Atualmente comercializamos 300 marcas e mais de 14 mil produtos em seu catálogo. Essa plataforma reforça a essência do que é o Iguatemi e transforma a operação da marca em uma experiência totalmente omnichannel”, finalizou.

Uma das adaptações que beneficiaram as vendas da Renner, mesmo com os provadores de lojas fechados, foi o aprimoramento do provador virtual, com taxa de conversão em vendas cinco vezes superior àquela registrada entre quem não usa o recurso.

Na visão de Faccio, a companhia está caminhando para um cenário próximo da normalidade. “Estamos performando bem, principalmente nas regiões onde a curva da doença já passou o pico há algum tempo. Nestes locais, a população já se sente mais segura, os horários e a quantidade de dias para operação são maiores. São regiões em que estamos performando igual ao cenário original, sem Covid, e, em alguns casos, acima do previsto”, afirmou.

Ao comentar a transformação da relação entre clientes e marcas na pandemia, Daniel Pagano disse que os consumidores estão mais conscientes e criteriosos,  cada vez mais engajados em causas e de olho no comportamento das empresas.  “Acredito que temos que atuar de acordo com nossas escolhas e conscientemente falar delas. É preciso que as empresas se posicionem de forma íntegra sobre aqueles temas que lhes são relevantes”, concluiu o executivo da Livelo.

Acompanhe tudo sobre:economia-brasileiraPandemiaVarejo

Mais de Bússola

Bússola Cultural: Martin Luther King, o musical

Entidades alertam STF para risco jurídico em caso sobre Lei das S.A

Regina Monge: o que é a Economia da Atenção?

Brasil fica na 57ª posição entre 67 países analisados no Ranking Mundial de Competitividade Digital