Uma ruptura abrupta com a indústria do petróleo pode gerar graves consequências socioeconômicas (Getty Images/Getty Images)
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Publicado em 8 de janeiro de 2025 às 10h00.
Por Théo Salim Najm, gerente de Oil&Gas do IRB(Re)
A indústria do petróleo desempenha um papel fundamental na economia e na matriz energética do Brasil, impulsionando o desenvolvimento e o progresso nacional. Com recordes de produção e investimentos bilionários, o setor gera milhões de empregos, o que consolida sua importância socioeconômica.
Para fins de análise e reflexão, somente no ano passado, por exemplo, o país registrou recorde na produção média de petróleo e gás totalizando mais de quatro milhões de barris de óleo por dia, segundo a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). Soma-se ainda os bilhões de reais investidos por ano e outros milhões de empregos diretos e indiretos gerados.
É importante observar a disparidade na distribuição das matrizes energéticas entre diferentes regiões, como Europa, EUA e Brasil. Enquanto a Europa diversifica suas fontes de energia, os EUA ainda dependem fortemente de combustíveis fósseis, e o Brasil se destaca por sua matriz majoritariamente renovável, sendo uma das mais limpas do mundo.
Com baixas emissões de CO2 na exploração e produção de petróleo, essa realidade coloca o país em uma posição de vanguarda na busca por um futuro energético sustentável e em um lugar promissor na transição energética global que é, sem dúvida, essencial para mitigar as mudanças climáticas, mas exige uma abordagem gradual, estratégica e, acima de tudo, sem hipocrisia.
É preciso desmistificar a ideia de que a produção de petróleo é intrinsecamente incompatível com a sustentabilidade. Com sua experiência e compromisso com o meio ambiente, o Brasil pode liderar um novo modelo de desenvolvimento energético, conciliando prosperidade econômica, justiça social e responsabilidade ambiental.
Uma ruptura abrupta com a indústria do petróleo pode gerar graves consequências socioeconômicas, especialmente para as populações mais vulneráveis. Além disso, é crucial lembrar que as tecnologias de energia limpa também apresentam impactos ambientais.
A produção, operação e descarte de equipamentos como painéis solares, turbinas eólicas, baterias e hidrelétricas podem gerar problemas como desmatamento, uso de recursos naturais, emissões de GEE, resíduos tóxicos e impactos sobre a vida selvagem.
Por fim, vale ressaltar que a discussão sobre a transição energética global exige uma análise abrangente e isenta de preconceitos. É preciso reconhecer as diferentes realidades, os desafios e as oportunidades de cada país, buscando soluções inovadoras e colaborativas para um futuro mais sustentável.
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