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O que rolou foi um apagão nas redes sociais ou na sociedade?

É preciso debater a desintermediação dos serviços, o agir a partir dos dedos, o cansaço digital e a relevância da segurança da informação

Além da dependência tecnológica, há uma dependência funcional das pessoas com estas tecnologias (Chesnot / Colaborador/Getty Images)

Além da dependência tecnológica, há uma dependência funcional das pessoas com estas tecnologias (Chesnot / Colaborador/Getty Images)

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Publicado em 5 de outubro de 2021 às 17h05.

Última atualização em 5 de outubro de 2021 às 17h23.

Por Hugo Tadeu*

O evento que aconteceu ontem, dia 4 de outubro, demanda uma análise com a devida profundidade tecnológica e até mesmo social. Por mais de 6 horas, os servidores do Facebook apresentaram instabilidade nas suas principais funcionalidades técnicas e sites como WhatsApp e Instagram ficaram fora do ar.

Em um primeiro momento, houve uma migração acelerada dos milhões de usuários do Facebook para as antigas plataformas de e-mail, mensagens, Twitter e até mesmo o uso das linhas discadas convencionais. Na sequência, percebeu-se uma busca por downloads de outros aplicativos similares ao WhatsApp, gerando mais instabilidade na rede mundial de internet.

Além da dependência tecnológica, considerando a velocidade da informação, prestação de serviços em grandes empresas e, claro, para os pequenos e médios empresários, responsáveis por serviços de entregas, alimentação e comércio varejista de uma forma geral, sugere-se uma dependência funcional das pessoas com estas tecnologias.

A sensação em não ter mensagens na tela dos celulares ou computadores, remeteu ao sentimento coletivo que andamos tomando decisões, além do nosso consciente e, por consequência, afetando o nosso comportamento, decisões e por que não nosso bem-estar.

Neste dia tão emblemático, conversei com vários pequenos empreendedores, mesmo com a ausência dos serviços digitais e as inúmeras perdas financeiras registradas, puderam perceber quanto andamos com uma certa sensação de embriaguez digital.

Não resta dúvida sobre a importância dos canais digitais em nossa vida. Todavia, seria muito importante um debate sério sobre a sociedade atual em que vivemos, abordando a desintermediação dos serviços, o agir a partir dos dedos, o cansaço digital e, fundamentalmente, a relevância da segurança da informação.

Foram necessários somente alguns comandos executados de forma não adequada por um analista tecnológico, em seu escritório confortável, para toda uma rede global de dados parar de funcionar. Ou seja, nosso nível de dependência está alto demais e centrado em poucas empresas, gerando um protocolo de funcionamento, no mínimo, questionável. Foram necessárias algumas horas para observar como a tecnologia pode alterar para o bem ou para o mal o nosso dia a dia.

*Hugo Tadeu é professor e pesquisador da Fundação Dom Cabral

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