Eleições 2020 (Fernando Frazão/Agência Brasil)
Mariana Martucci
Publicado em 16 de novembro de 2020 às 21h19.
A eleição municipal evidenciou que o movimento rumo à direita das urnas de 2018 capilarizou nas cidades. E saíram-se bem os partidos que conseguiram surfar nas duas ondas, a ideológica antiesquerda e a das relações privilegiadas com quem tem as chaves do Orçamento Geral da União.
Era previsível, e foi previsto, que as legendas do chamado centrão, portanto, estivessem em posição privilegiada para a colheita municipal da semeadura feita por Jair Bolsonaro dois anos atrás. Ganhando terreno inclusive dos fugazmente (2016-18) hegemônicos (P)MDB e PSDB.
E a esquerda viu prosseguir seu desgaste, inclusive porque a onda conservadora passou a varrer o Nordeste, também como efeito da troca de guarda na máquina federal. Mas a esquerda permanece entrincheirada, e ensaia algum protagonismo no Sul-Sudeste, mesmo ainda longe de virar o jogo.
E 2022? Se Bolsonaro retiver a capacidade hegemônica sobre seu campo, esse "centro" agora vitaminado não terá como deixar de endossá-lo, nem que seja num eventual segundo turno. A principal ameaça, por enquanto? Os ensaios de um "bolsonarismo sem Bolsonaro".
Um pessoal que aliás tem motivos para comemorar o resultado das urnas.
* Analista político da FSB Comunicação
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