96% das empresas priorizam o investimento em tecnologia (Getty Images/Getty Images)
Bússola
Publicado em 24 de janeiro de 2023 às 22h00.
Estamos na era da transformação digital e as organizações que quiserem se destacar precisam entender, de uma vez por todas, que a tecnologia é a grande bússola dos negócios. Uma pesquisa da Deloitte, intitulada “Agenda 22”, mostra que 96% das empresas irão priorizar os investimentos em tecnologias.
Toda companhia quer ser tech e para isso é necessário que muitas mudanças sejam estabelecidas para quem quer ter vantagens competitivas no mercado. Mas não é só isso que fará uma empresa escalonar. Como toda transformação exige cuidado, neste caso, sai na frente quem também souber lidar com o grande volume de dados que entra e sai das organizações.
De acordo com o estudo Data Paradox, realizado pela consultoria Forrester e encomendada pela Dell Technologies, pelo menos 66% das empresas ao redor do mundo levam seus negócios orientados por dados. Entretanto, ao mesmo tempo, são poucas as que sabem tratar esses dados adequadamente – apenas 21%.
No Brasil, 48% estão na faixa inicial no trabalho com dados, chamada Novata de Dados. Ou seja, aproximadamente metade das empresas do país afirma estar sobrecarregada pela quantidade e variedade dos dados que coletam e que precisam de melhor estrutura e conhecimento para lidar com essa área.
O que acontece é que muitas vezes as empresas insistem em dar “murro em ponta de faca” e não entendem que não basta apenas entender e lidar com a grande quantidade e variedades de dados coletado. É preciso mais do que isso, como ter a capacidade de transformá-los em informações e conhecimentos, fazendo cruzamento com outras fontes, análises e usando-os na tomada de decisão.
Enquanto não entendermos a sua necessidade e como manuseá-los, continuaremos engatinhando quando o assunto for dados e não compreendendo que se trata do novo petróleo.
Ter um profissional de dado é um diferencial para os negócios
Para que as informações sejam usadas pelas empresas de maneira efetiva, antes de tudo é necessário ter um profissional que saiba analisá-los para transformá-los em insights valiosos para os negócios. Os dados podem ajudar a aumentar os lucros, tornar a equipe mais produtiva, dar uma visão mais clara dos concorrentes, trazer ideias para o lançamento de novos produtos e serviços no mercado, entre tantos outros pontos.
Um time que tem um profissional que saiba interpretar os dados é bem provável que tenha um desenho completo com a previsão dos rumos dos negócios em curto, médio e longo prazo. Além disso, em tempos de LGPD (Lei Geral de Proteção de Dados), sua participação é de extrema importância para que a empresa se enquadre na lei e não seja punida.
Sendo assim, este é um profissional estratégico dentro dos negócios e será cada vez mais disputado no mercado, uma vez que é ele quem cuidará da “saúde” da companhia de qualquer segmento.
Embora estejamos falando da sua necessidade nas organizações, é preciso lembrar que há pouca mão de obra disponível no mercado, uma defasagem não só brasileira, mas em todo o mundo. A Brasscom apontou um déficit de 800 mil profissionais ao todo no setor de TI do nosso país. Um gargalo preocupante diante da importância que os dados têm e terão ainda num futuro próximo.
Os dados nos desafiam
Apesar dos dados serem valiosos para uma companhia e saber lapidá-los ser de suma importância, esta é uma realidade de poucas organizações. Primeiro, existe uma dificuldade de implantar uma área dedicada a essa questão, já que, além de investimento, é preciso adaptar a cultura da empresa.
Infelizmente, muitas companhias não enxergam o potencial que os dados possuem para alavancar a marca e os negócios e acabam insistindo em interpretações antigas e já ultrapassadas, ficando, assim, muito atrás de seus concorrentes que fazem a utilização de dados.
Segundo, é a falta de profissionais no mercado. Este é um desafio que precisamos ultrapassar, já que é uma área que está em alta, no entanto, sobram vagas. Nesse quesito, muitas empresas precisam lidar com seus talentos internos e podem ajudar na profissionalização dos mesmos, fazendo com que estejam aptos para entregar valor de maneira diferenciada.
Há muitos desafios para serem superados para chegarmos a um cenário ideal. Afinal, estamos falando em uma transição importante dentro de uma organização, que requer mudanças profundas. No entanto, a transformação é necessária se as empresas quiserem continuar existindo. Por isso, os executivos precisam se engajar!
*Renan Salinas é CEO e fundador da Yank Solutions
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