O conceito de netweaving é guiado pela reciprocidade (freepik/Reprodução)
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Publicado em 6 de setembro de 2023 às 13h00.
Por Carolina Fernandes*
Netweaving é a evolução do networking. Enquanto este último pode ser entendido como “o processo de conhecer e conversar com pessoas que podem ser úteis para você”, netweaving é um conceito que fala de troca de experiências sem expectativas. Se o seu networking segue o método Don Corleone, de O Poderoso Chefão – “para cada serviço prestado, um dia pedirá algo em troca” – ele está ultrapassado. Buscar uma rede de contatos com objetivo puramente comercial é uma prática que tem os seus dias contados e vem sendo ressignificada com o netweaving.
O termo surgiu em 2003, no livro “The Heart and Art of Netweaving: Building Meaningful Relationships One Connection At a Time”, do autor americano Robert Littel, e tem uma proposta mais abrangente e efetiva que o networking. Isso porque trata esse relacionamento com terceiros não como se fosse um projeto profissional de curto e médio prazo, mas com a proposta de criar laços sólidos entre as pessoas.
Ainda segundo Bob Littel, o netweaving, quando feito corretamente, é a ferramenta mais poderosa que existe para a criação de uma fonte inesgotável de referências, sem que você precise pedir por elas.
Resumindo, enquanto a essência do networking está na pergunta “O que eu posso ganhar ao me relacionar com essa pessoa?”, no netweaving, o questionamento é “O que eu posso fazer para ajudar aquela pessoa?”, mas claro, com interesse genuíno, sem esperar algo em troca.
Em um primeiro momento, por ser algo encarado como uma meta, um objetivo profissional, o networking pode sim parecer mais efetivo. Afinal, o relacionamento é baseado em uma troca, você faz algo por alguém e ele faz por você, ponto final.
Porém, uma pergunta simples aqui: e se essa “troca” se tornasse algo comum, que perdurasse por toda uma vida e que tivesse como principal interesse o de ajudar o outro, não seria mais inteligente e eficaz?
É isso que o netweaving propõe: transformar contatos profissionais em amizades fiéis, sem o peso e a obrigação de devolver o “favor” que recebeu. A principal diferença é o mindset por trás do relacionamento.
Além disso, a ausência de um interesse por trás dessa ajuda ao outro pode proporcionar um retorno maior do que você precisava. Robert Littlel destaca que aplicar o netweaving permite fortalecer a marca profissional de forma sólida e orgânica, aumentando sua reputação e credibilidade.
Ainda com base no conceito criado por Robert Littel, para fazer netweaving é preciso desenvolver duas habilidades chave:
O que esses elementos chave mostram? Que netweaving não significa ser ingênuo, mas ser estratégico sem ser interesseiro.
Netweaving é reciprocidade! Você deve ser a primeira pessoa a ajudar, a oferecer algo de valor, sem esperar nada em troca no curto prazo. Quando isso acontece, quem recebe sua contribuição naturalmente está mais propenso a retribuir quando você precisar.
E lembre-se: “gentileza gera gentileza”! Você não precisa fugir da sua essência e nem desenvolver técnicas mirabolantes. As pessoas irão se conectar com quem você é. Compartilhe experiências, ofereça insights, demonstre interesse verdadeiro em manter a pessoa por perto. Fazendo isso, o universo se encarrega de devolver!
*Carolina Fernandes é CEO da Cubo Comunicação, palestrante, host do podcast A Tecla SAP do Marketês, mentora e especialista em Marketing & Comunicação com mais de 20 anos de atuação passando pelas áreas de assessoria de imprensa, agência de marketing e mundo corporativo.
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