No Brasil, a Secretaria de Economia Criativa existe desde 2012, sendo responsável por 10% do Produto Interno Bruto (PIB) atualmente. (Getty Images/Getty Images)
Bússola
Publicado em 21 de fevereiro de 2022 às 18h05.
Por Thiago Tieri*
Você já ouviu falar na economia laranja? A cor e o nome representam a criatividade, habilidade, cultura e inovação. O termo surgiu quando o autor especializado nesta economia, John Howkins, publicou o livro The Creative Economy: How People Make Money from Ideas, em 2001 — a primeira vez que o conceito foi mencionado em um livro.
Segundo Howkins, a economia laranja ou a economia criativa, pode ser definida em segmentos de bens e serviços, sendo eles: design; artes visuais e cênicas; artesanato; audiovisual; arquitetura; cultura e lazer; pesquisa e desenvolvimento; publicidade e propaganda, tecnologia da informação e comunicação.
No Brasil, a Secretaria de Economia Criativa existe desde 2012, sendo responsável por 10% do Produto Interno Bruto (PIB) atualmente. Segundo o levantamento do Observatório Itaú Cultural (que aborda desde o terceiro trimestre de 2020 até o terceiro trimestre de 2021). Foram criados cerca de 868,3 mil empregos no país.
A pesquisa ainda conta com outros dados importantes — onde 63% dos trabalhadores da economia criativa têm trabalhos formais e 37% deles são trabalhadores informais. Os setores que mais cresceram foram de tecnologia da informação e o segmento editorial e o que menos cresceu foi de museu e patrimônios.
Penso que essa economia ao mesmo tempo que traz a possibilidade de novas culturas e diversidade por atender muitos segmentos, também passa por diversos desafios por conta da falta de investimentos por parte de empresas e governo, além das crises econômicas no país que consequentemente afetam o setor sociocultural. Vale lembrar que no momento atual estamos em meio a pandemia de covid-19.
Por conta disso, vejo que a economia laranja tem se tornado mais digital, principalmente quando pensamos em como o mercado audiovisual e o setor de games estão sendo o grande destaque por meio das plataformas de streamings, sendo algo positivo para a indústria de entretenimento.
Assim, profissionais que atuam em áreas como arquitetura e urbanismo, artesanato, comunicação ou artistas que trabalham com design, ilustração, desenhos 3D, desenvolvimento de games, animação, quadrinhos, fotografia, entre outros, precisam de tecnologias que os auxiliam durante o momento de trabalho.
No entanto, já existem inovações tecnológicas disponíveis como: mesas digitalizadoras, monitores interativos, notebooks, tablets, câmeras fotográficas, além de programas e softwares que facilitam o trabalho e dão suporte a esses equipamentos.
Vou além ainda: outra inovação que vai impulsionar o mercado são as NFTs (“Token não fungível” ou um tipo diferente de token criptográfico), pois terão um grande impacto nos setores da economia criativa. Em resumo, com a NFT vamos trabalhar com a representação digital de um ativo — como uma obra de arte, por exemplo — registrada em uma blockchain, que permitirá que uma (ou mais pessoas) tenham direito sobre aquela obra (ou um pedaço da obra). Podemos estender isso para além das obras de arte, envolvendo games, áudio e vídeo, foto, entre outros.
Apenas em 2021, cerca de US$ 23 bilhões foram movimentados com NFT, provando que já estão revolucionando a economia criativa e trazendo uma nova forma de monetizar os trabalhos de artistas digitais.
Trabalhar diretamente todos os dias com o público relacionado a economia laranja traz um novo aprendizado a cada dia. Poder incentivar o mercado criativo, através de campanhas, parcerias e investimento, mostra a importância do setor para as pessoas à sua volta.
*Thiago Tieri é Gerente de Marketing da Wacom no Brasil.
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