Ex-chanceler Ernesto Araújo vai responder sobre por que não conseguiu vacinas e insumos para o Brasil (Adriano Machado/Reuters)
Da Redação
Publicado em 17 de maio de 2021 às 19h48.
Última atualização em 17 de maio de 2021 às 20h22.
Por Márcio de Freitas
O ex-chanceler Ernesto Araújo não pediu a proteção do Supremo Tribunal Federal para seu depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito da Pandemia. De peito aberto qual Tupã, chega para enfrentar a velha política e a nova ordem internacional globalista.
Os senadores perguntarão por que o ex-ministro não conseguiu as vacinas e IFA de países como China e Índia para o Brasil. A razão dos canais diplomáticos estarem obstruídos todos sabem: havia clara predileção pela proximidade com o governo de Donald Trump nos Estados Unidos. Mas perguntar é obrigação. E se ofenderem, ganham bônus político.
Houve por parte de Araújo ataques em linguagem empolada contra alguns países, tradicionalmente amigos e com volume considerável de negócios com o Brasil. Há informações até de recados pouco diplomáticos que sugeriram a troca de embaixadores de alguns desses países.
Como a conta sempre chega, agora é a hora de os senadores tentarem entender porque o maior parceiro comercial, e maior fornecedor de insumos e da próxima vacina ao Brasil, foi tão criticado e hostilizado durante a gestão de Araújo.
Bom lembrar que a queda do ex-ministro foi providenciada pelo Senado, depois que ele respondeu com inabilidade ímpar à senadora Kátia Abreu, que recebeu solidariedade quase unânime na Casa após o incidente.
A semana começa com tensão na CPI, que ainda terá o general Eduardo Pazuello e a "capitã cloroquina" Mayra Pinheiro. Ambos recorreram ao STF para usar o direito de não se incriminarem nos depoimentos. A oposição já celebra esse silêncio eloquente como mais uma batalha ganha na guerra da CPI.
*Márcio de Freitas é analista político da FSB Comunicação
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