"A sustentabilidade é um caminho sem volta, e os complexos empresariais verdes são protagonistas dessa jornada" (CentralITAlliance/Getty Images)
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Publicado em 6 de fevereiro de 2025 às 13h00.
Por Sidney Angulo*
Empresas como Amazon, Unilever, L’Óreal, Nike e Coca-Cola adotaram práticas de sustentabilidade em suas sedes corporativas, focando na otimização de recursos naturais e na redução das emissões de carbono. A busca por integrar sustentabilidade no ambiente de trabalho deixou de ser um diferencial para se tornar um imperativo, impulsionando a demanda por espaços que refletem esse compromisso.
Como nem toda empresa tem grande capacidade de investimento em práticas sustentáveis, uma solução começou a ganhar tração recentemente. Nos últimos cinco anos, o número de edifícios sustentáveis certificados no Brasil saltou de cerca de 20 para mais de 500, especialmente em São Paulo e no Rio de Janeiro. Esse aumento reflete o crescente interesse por imóveis que atendem a exigências ambientais e de eficiência energética.
Esse crescimento está alinhado com a tendência global de certificação de edificações verdes, como o selo LEED, que se tornou um requisito para empreendimentos de alto padrão na América Latina. Segundo a consultoria JLL, 63% dos empreendimentos corporativos de classe A na região possuem algum tipo de certificação verde.
A CBRE, empresa global de serviços e investimentos imobiliários comerciais, aponta que edifícios com certificações sustentáveis têm taxas de ocupação até 23% superiores, com valores de aluguel semelhantes ou até mais baixos em relação a prédios tradicionais. Além disso, esses edifícios apresentam despesas de condomínio menores.
Em São Paulo, empreendimentos como o Faria Lima Plaza, que adota tecnologias de baixo consumo energético e instalações para mobilidade sustentável, e o EZ Towers, que conta com certificação LEED, painéis solares e tecnologias de reuso de água, são exemplos de complexos que incorporam práticas sustentáveis aos balanços das empresas neles instaladas.
No entanto, práticas sustentáveis precisam ser financeiramente viáveis para atrair empresas. Alguns empreendimentos se destacam por oferecer áreas locáveis a preços competitivos, mesmo com infraestrutura avançada e de alto padrão ambiental. Esse equilíbrio entre eficiência, sustentabilidade e custos operacionais reduzidos torna esses complexos uma alternativa atraente para empresas comprometidas com ESG, como o E-business Park, na região da Lapa.
No contexto de inovação, o complexo implementou novas tecnologias, incluindo painéis solares planejados para aumentar a autossuficiência energética e reduzir a pegada de carbono. Outros diferenciais incluem gestão de resíduos sólidos, estações de carregamento para veículos eletrificados e até coleta de bitucas de cigarro para reciclagem. O ambiente se assemelha a um campus, com prédios retrofitados que dividem espaço com um bosque de árvores nativas e exóticas, promovendo integração entre arte, natureza e trabalho.
É fundamental que as empresas reconheçam o valor estratégico de se instalar em complexos empresariais sustentáveis. A obtenção de certificações, como o LEED, atesta o compromisso com a sustentabilidade e valoriza a imagem corporativa. A escolha por um local de trabalho sustentável demonstra aos stakeholders, incluindo clientes, investidores e colaboradores, que a empresa está comprometida com um futuro mais responsável.
"A sustentabilidade é um caminho sem volta, e os complexos empresariais verdes são protagonistas dessa jornada". Empresas que se adaptarem a essa nova realidade estarão mais bem posicionadas para o sucesso e para garantir sua longevidade em um mercado cada vez mais exigente e consciente.
*Sidney Angulo é diretor e sócio fundador do complexo E-business Park.
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