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O crescimento do negócio de provedor de internet na pandemia

Número de acessos no Brasil não para de crescer, e perspectiva para 2022 é o aumento da oferta de planos e serviços

Cobertura da fibra óptica continua também a crescer e a projeção para 2022 é de aumento da oferta de planos com a tecnologia (Getty Images/Getty Images)

Cobertura da fibra óptica continua também a crescer e a projeção para 2022 é de aumento da oferta de planos com a tecnologia (Getty Images/Getty Images)

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Publicado em 13 de janeiro de 2022 às 14h30.

Última atualização em 13 de janeiro de 2022 às 14h48.

A pandemia de covid-19 foi um golpe doloroso para muitos comércios e negócios. Mas para o setor de provedor de internet no Brasil, a situação é bem diferente. De acordo com os dados da Anatel, o número de acessos de banda larga fixa no Brasil cresceu 241% desde março de 2020 (de 16,6 milhões para 39,9 milhões), quando a OMS declarou oficialmente a pandemia de coronavírus. Vale apontar também que o número de acessos chegou ao pico de 40,2 milhões de acessos em setembro de 2021.

De acordo com os dados da Anatel, o número de acessos de banda larga fixa das prestadoras de pequeno porte (PPP) no Brasil cresceu 165% desde o início da pandemia (de 10,8 milhões para 17,8 milhões).

“Em termos de empresas, o mercado de provedores de internet praticamente dobrou de tamanho desde 2018, chegando atualmente a mais de 18 mil empresas”, afirma Rhian Duarte, gerente de relacionamento institucional da Associação Brasileira de Provedores de Internet e Telecomunicações (Abrint).

Home office

O home office passou a ser o padrão de trabalho para muita gente que trabalhava em escritório, repentinamente. Segundo dados da empresa de pesquisa Hibou e da plataforma de dados Índico, que entrevistou 2,4 mil pessoas de todo o território nacional, 60% dos brasileiros trabalham de casa no momento, dos quais 40% usam ferramentas de videoconferência e redes sociais para isso.

Desde o início do isolamento social, foi registrado um aumento de mais de 40% no consumo de internet banda larga registrado pelas operadoras de telefonia no Brasil. O que gerou novas oportunidades de negócios para empresas do setor.

Provedores regionais

Se fizermos uma unificação de todos os provedores locais de internet, também chamados de ISPs, eles representam 35,8% de todos os acessos do Brasil. A maior fatia de distribuição de Internet, superando até a clientela de gigantes como a Claro (26,9%), Vivo (17,5%) e Oi (14,1%) — desde que sozinhas.

Dos quase 36,5 milhões de acessos à banda larga no Brasil, os provedores locais foram responsáveis por 11,7 milhões de acessos. Uma vantagem considerável da segunda colocada, a Claro, que tem 9,8 milhões de acessos.

Mesmo que as grandes operadoras juntas sejam responsáveis pelo maior número de acessos, os pequenos provedores democratizaram o acesso à internet. Eles oferecem o serviço em lugares que as grandes empresas não chegam, com produtos e valores muito competitivos.

Na cidade de Jandira, interior de São Paulo, o provedor regional Diginet chegou a apresentar um crescimento de 100% durante a pandemia.

Outro provedor regional que teve um crescimento de 100% durante o período foi o CVS Internet, da zona leste da capital paulista.

Benefícios

Não só com preços competitivos os provedores se beneficiam nesta época de grandes desafios que é a pandemia. Mas também com parcerias e ao abranger seus serviços ao oferecer soluções práticas e atrativas para os clientes.

Uma das novidades no mercado é a Glaper, startup que oferece descontos por meio de cupons em parceria com os provedores locais.

Funciona mais ou menos assim: o cliente assina um provedor, e por meio dele recebe cupons de desconto em comércios locais.

“Quando passei a oferecer descontos, vantagens para o cliente e criei parcerias na região, fidelizei tanto meu cliente quanto os parceiros. Geramos mais vendas na base para o conveniado, e meu cliente ao resgatar o cupom sente que paga menos na internet”, declara Felipe Lobo Possatto, da Diginet.

O provedor estabeleceu parcerias com mais de 100 comércios da região de Jandira, sendo que muitos clientes utilizam cupons de desconto, o que resulta em um bônus que cobre inclusive a totalidade da mensalidade da internet que o cliente paga, se considerarmos o valor atribuído a estes descontos.

O serviço oferecido, portanto, gera benefícios para os três lados: provedor, comércio e cliente.

“Nesse momento de pandemia, foi muito importante para diversos clientes que conseguiram economizar com vários cupons de desconto. São mais de 100 provedores que já utilizam a plataforma da Glaper e mais de 800 comércios locais estão oferecendo cupons de desconto para mais de meio milhão de usuários, que já estão desfrutando dos descontos nos comércios locais”, diz Danilo Delipe, CEO da Glaper.

Crescimento contínuo

O número de usuários da internet no Brasil chegou a 152 milhões no ano de 2020 e este número continua aumentando. E deve continuar a cada ano. As informações são da última pesquisa TIC Domicílios 2020.

Além dos serviços de provedores (inclusive os regionais, que têm grande papel em levar a Internet para um enorme número de pessoas), em 2022 chega a tecnologia 5G ao país, que deve movimentar cerca de 22,5 bilhões de dólares em negócios entre empresas (B2B) até 2024 — segundo um estudo realizado pela IDC, especialista em pesquisa e consultoria da área de TI.

Além disso, a cobertura da fibra óptica continua também a crescer e a projeção para 2022 é de aumento da oferta de planos com a tecnologia. Atualmente, 91% dos provedores de internet comercializam planos de conexão via fibra óptica.

São mais de 10 mil provedores de internet de pequeno porte espalhados pelo Brasil, o que oferece mais competitividade e democratização dos acessos. Isso, inclusive, resulta em uma maior inclusão digital. Hoje a Internet é necessidade para todos, para o trabalho, estudos, consumo de informação, entretenimento e inclusive dinâmica social e relacionamentos.

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