Slow Fashion deixa de ser apenas uma tendência (Fuse/|Thinkstock/Reprodução)
Bússola
Publicado em 16 de agosto de 2022 às 13h30.
Por Priscilla Levinsohn*
A moda sustentável, também conhecida como consciente e slow fashion, migra cada vez mais de tendência para posicionamento central de marcas nacionais e globais. Nos últimos anos, esta nova forma de pensar e agir em relação ao consumo chegou em patamares comerciais surpreendentes e segue ainda com expectativas altas para o futuro. Conforme o relatório divulgado pela empresa Research And Markets, o crescimento do setor pode passar dos US$ 6,3 bilhões arrecadados em 2019 para US$ 8,2 bilhões já no ano que vem.
Ainda segundo o relatório, entre os anos de 2025 e 2030, esse valor pode aumentar e chegar a US$ 15,2 bilhões. Tal previsão indica que investir em sustentabilidade pode ser positivo para mudar o cenário atual. Hoje, a indústria têxtil é a segunda maior consumidora de água no planeta e responsável pela emissão de 10% de gases-estufa no meio ambiente, além de lançar 500 mil toneladas de lixo nos oceanos por ano, de acordo com dados da ONU Meio Ambiente, agência do Sistema das Nações Unidas.
A mudança e maior adesão ao comportamento sustentável na indústria da moda é importante não só para o futuro do meio ambiente, mas também das futuras gerações. Por esse motivo, estudamos a implementação de novas formas de colaborar para a moda sustentável das lojas do Colinas Shopping, um dos pioneiros a enxergar tendências, como o primeiro do país a contar com complexo de salas de cinema e o precursor na realização de desfiles de moda e instalação de teatro no shopping.
Alinhados às propostas oferecidas pelos lojistas, os consumidores também despertaram para o tema e já apresentam comportamentos considerados sustentáveis. A plataforma online de moda de luxo Farfetch Limited constatou no segundo Relatório Anual de Tendências de Luxo Consciente que 79% dos clientes entrevistados têm adotado novos comportamentos considerados sustentáveis, como upcycling e customização. Alguns clientes também disseram usar cada vez mais serviços que contribuem para o prolongamento da vida útil de suas vestimentas e acessórios. Pelo menos 20% das pessoas entrevistadas já estão vendendo artigos que não usam mais, 20% doam as suas peças usadas e 13% as reparam e customizam.
Outro estudo, dessa vez realizado pela Economist Intelligence Unit (EIU) englobando mais de 54 países, destaca que as buscas na internet por produtos sustentáveis cresceram 71% nos últimos cinco anos. Esses novos hábitos e conscientização pode se tornar algo que vai além do que é temporário.
Essa tendência da moda consciente chegou para ficar e se transformar em permanente. Ela é benéfica para o meio ambiente, uma forma responsável de repensar a maneira como nos vestimos e agimos em meio às mudanças do planeta. Um estilo de vida leve, criativo e colaborativo como esse só carrega positividade para o nosso futuro.
É de extrema importância começarmos a fazer a nossa parte e, assim, contribuir para um mundo melhor, para as próximas gerações e, principalmente, para a natureza. Sempre digo: se cada um fizer a sua parte desde já, vamos conseguir mudar todo o estilo de vida da sociedade para o bem maior.
*Priscilla Levinsohn é diretora de Marketing do Complexo Multiuso de São José dos Campos.
Siga a Bússola nas redes: Instagram | Linkedin | Twitter | Facebook | Youtube
Veja também
Tetra Pak investe em projetos para reciclar embalagem longa vida
ESG: Escritório destina 0,5% do valor líquido de faturas para sustentabilidade