Redes sociais têm enorme impacto na modernidade (AFP/AFP)
Bússola
Publicado em 11 de novembro de 2022 às 15h30.
Há pouco mais de 50 dias para o ano acabar, é necessário fazer uma previsão realista do que está por vir em relação às redes sociais, porque é a partir dessas observações que poderemos traçar uma estratégia viável de gerenciamento de redes, contando com essas mudanças.
O cenário parece de uma ópera: muitos dramas, altos e baixos, troca de protagonismos, histórias de ascensão e queda.
1º ato – Twitter
Elon Musk acaba de comprar a plataforma por U$ 44 bilhões e dissolver seu conselho de administração, demitindo o CEO, CFO e chefe jurídico da empresa, assim como realizou demissões em massa gerando uma ação coletiva movida por funcionários nos Estados Unidos que creditaram a ação como violação a leis norte-americanas pela falta de aviso prévio. Ao mesmo tempo que aconteceu a revolta dos “Tweeps”, como são chamados os funcionários dentro da companhia, Musk anunciou o Twitter Blue, plano de assinatura que oferece o selo de verificação além de outros recursos para assinantes.
A mudança, de acordo com o novo gestor, é uma estratégia para gerar receita e equilibrar as contas do aplicativo.
Outra frente levantada por ele é ampliar a “liberdade de expressão” no aplicativo, mas para o Twitter se manter como negócio, já foi criado um conselho de moderação de conteúdo a fim de verificar o que pode ou não ser publicado na plataforma.
Isso porque não é possível gerar receita de publicidade sem prometer segurança de marca.
Essa peça dramática, que tem como protagonista o também dono da Tesla, com um histórico de violação das leis trabalhistas da Califórnia, está só começando.
2º ato – TikTok
O aplicativo já anunciou que menores de 18 anos não poderão fazer transmissões ao vivo.
Depois de uma investigação da BBC News, quando encontraram centenas de contas ativas com crianças de campos de refugiados da Síria, pedindo doações em dinheiro e a plataforma recebendo até 70% do valor doado, a empresa afirmou que apenas adultos poderão acessar recursos de monetização e receber “presentes virtuais”, mas ainda não se sabe como o TikTok aplicará essas restrições de idade.
Além disso, a rede social tende a investir em levar seus seguidores a aderirem ao comércio eletrônico que promete expansão internacional, com compras ao vivo, e também está buscando uma maneira de inserir anúncios em seus clipes.
O problema é que em vídeos curtos há pouco espaço para a inserção de publicidade. Jogos eletrônicos também estão na mira do TikTok que já anunciou que irá disponibilizar games em uma guia específica onde usuários poderão pagar por conteúdos adicionais.
3º ato – Instagram.
Apesar do crescimento de seu maior concorrente e das inúmeras cópias das funcionalidades do TikTok, o Instagram continua sendo uma das redes sociais mais usadas no Brasil e no mundo.
O Reels provavelmente irá crescer ainda mais com a Inteligência artificial, que funcionará recomendando postagens de acordo com cada perfil. Não espere o retorno às fotos estáticas. Vídeos aleatórios vieram para ficar e marcar presença, assim como o universo do e-commerce que tende a ficar mais robusto e ganhar mais adeptos da tendência de consumir direto nas plataformas de mensagens.
Mais conversas, mais troca, mais aproximação e, consequentemente, mais confiança.
4º ato – Linkedin A trajetória de crescimento dessa plataforma é impressionante.
A companhia agrega dados de mais de 850 milhões de profissionais pelo mundo. Em 2023 a rede social com foco em relacionamentos profissionais deve se aprimorar para gerar lucro, o que ainda não aconteceu.
Ele é um dos maiores bancos de dados do mundo a oferecer profissionais e carreiras e, ao longo de sua trajetória, maximiza oportunidades disponibilizando ferramentas aos seus seguidores.
A tendência é que a plataforma incorpore, cada vez mais, o que já funciona em outras: vídeos, áudios e um feed mais responsivo, com mais interação e opções avançadas para vincular candidatos a empregos. Poderíamos incluir aqui o Facebook, Pinterest e tantas outras redes sociais. Essa ópera não tem só 4 atos, mas esses destaques funcionam como um panorama do que está por vir em 2023.
Comparando esse libreto a Turandont, a ópera inacabada de Puccini, percebemos que durante todo o processo de evolução dessas inúmeras redes sociais, quem sobreviverá será sempre aquela que responderá corretamente aos enigmas do futuro, com paciência, persistência, adaptação e muita frieza, sem perder a cabeça apostando em pesquisa e compreensão da demanda da contemporaneidade.
*Alexandre Loures e Flávio Castro são sócios do Grupo FSB
Este é um conteúdo da Bússola, parceria entre a FSB Comunicação e a Exame. O texto não reflete necessariamente a opinião da Exame.
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