(RgStudio/Getty Images)
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Publicado em 8 de outubro de 2024 às 10h00.
Por Mauro Wainstock*
Estamos no “Outubro Prateado”, mês em que nossa atenção é direcionada para o público acima dos 60 anos. Mas será que apenas nesta época do ano devemos olhar para estes consumidores?
A chamada “Silver Economy” movimenta mais de US$ 22 trilhões/ano, o que a coloca como a segunda maior economia do mundo, entre os EUA e a China - país onde vivem 280 milhões de pessoas 60+ (mais do que a população total do Brasil).
A força deste segmento é tão grande que cresce aceleradamente o número de moradias, espaços de convivência e atividades para seniores em detrimento de creches. Por sua vez, indústrias estão apostando cada vez mais no lançamento de alimentos enriquecidos, leites e bebidas mais nutritivas para este público ao invés de priorizarem apenas produtos voltados para as crianças.
Da mesma forma, há academias de ginástica surgindo em vários estados brasileiros que oferecem cuidados especiais, serviços direcionados e atendimento personalizado para o público mais velho.
A idade permeia todas as diversidades e, particularmente no caso das mulheres, elas são as “chief consumption officer”; responsáveis por 64% de todas as compras da casa. E este índice deve subir para 75% até 2028! As previsões dão conta de que, em 2030, as mulheres vão acumular 66% de toda a riqueza dos EUA.
Contraditoriamente, as mulheres 60+ são ignoradas pela comunicação e invisibilizadas pelo marketing, sobretudo nas campanhas publicitárias e na criação de produtos e serviços que atendam às suas reais e crescentes necessidades. Não estou me referindo exclusivamente à saúde ou à estética, mas a questões como mobilidade urbana, viagens, vida financeira e capacitações de forma geral. Mais uma das muitas miopias mercadológicas...
Outro aspecto relevante é estabelecer nichos por interesses e não simplesmente pelo fator idade. Há mulheres 60+ superativas e outras que preferem viver de forma mais conservadora. E ambas devem ser respeitadas, incluídas e impactadas de forma customizada, utilizando dados coletados nas compras que realizam e nunca por “achismos” estereotipados historicamente.
Nesta linha, também é imprescindível descontruir alguns mitos sobre estes consumidores, como a dificuldade de lidar com a tecnologia: os 50+ estão entre os principais consumidores do e-commerce brasileiro, inclusive porque são o maior poder aquisitivo entre todas as faixas etárias.
Neste sentido, infantilizar estes consumidores nas mensagens e ignorar sua capacidade de reflexão e grau de exigência é desvalorizar o conhecimento e desperdiçar o potencial da Economia Prateada, que movimenta R$ 2,2 trilhões no Brasil. Quanto maior for a identificação que a propaganda propiciar e quanto mais informações a empresa disponibilizar sobre o produto, maior será a análise crítica, a sua segurança e confiabilidade em relação à marca.
Quais são os sonhos que estes consumidores ainda não realizaram? Pesquisas indicam que eles não querem apenas cuidar dos netos (o que, claro, é muito gratificante), mas viver plenamente, participar de cursos, socializar e pertencer genuinamente à sociedade, inclusive explorando novos desafios.
Não se trata de segmentar por gerações, mas de conectar a marca através da emoção, pelo entusiasmo do consumidor por determinado tema, que pode ser sinérgico a várias faixas etárias.
Caso você queira desenvolver produtos e serviços para os 50+, sugiro que leve em consideração alguns aspectos:
Enfim, a Economia Prateada é fonte de inúmeras oportunidades lucrativas, um senhor mercado!
Agora é contigo, bora fazer acontecer!
*Mauro Wainstock foi nomeado Linkedin TOP VOICE, é diretor da Associação Brasileira dos Profissionais de Recursos Humanos, membro do Instituto Brasileiro de ESG, conselheiro de empresas, palestrante sobre diversidade etária e fundador da consultoria HUB 40+.
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