Bússola

Um conteúdo Bússola

LIVE: Empresas estão mais conscientes de seu papel ativo de transformação

Webinar tratou de negócios capazes de combinar retorno financeiro e propósito e de caminhos que levam a uma sociedade mais inclusiva

Hábito de comprar on-line deve se manter mesmo depois do fim da pandemia. (Leo Correa/Glow Media/AP)

Hábito de comprar on-line deve se manter mesmo depois do fim da pandemia. (Leo Correa/Glow Media/AP)

B

Bússola

Publicado em 24 de junho de 2021 às 20h49.

Por Bússola

 

yt thumbnail

No início da tarde de ontem a Bússola convidou três empreendedores atuantes em ESG para o webinar “Futuros Preferíveis: Retomada Verde e Social”. Eduardo Sirotsky Melzer e Luciana Antonini Ribeiro, ambos sócios e gestores da EB Capital, e Lisiane Lemos, membro do conselho consultivo da Kunumi AI, 99jobs e Universidade São Judas, se juntaram ao jornalista e mediador Rafael Lisbôa, diretor da Bússola, para debater caminhos e alternativas que levem a uma sociedade mais inclusiva e gerem negócios capazes de combinar retorno financeiro e propósito.

Segundo pesquisa realizada pela BlackRock, é cada vez maior o peso dos investimentos sustentáveis no mercado. E a maioria dos investidores planeja dobrar a participação dos ativos ESG nas suas carteiras, o que elevará o percentual de 18% para 37% até 2025.

“A retomada ambiental representa para o mercado hoje o que a tecnologia representou no passado. As empresas têm de se conscientizarem de que o tema precisa se transformar em core, núcleo duro. Ninguém investe mais em companhias que não respeitam leis trabalhistas. Acontecerá o mesmo com as empresas que não aderirem ao ESG”, diz Eduardo Sirotsky Melzer.

Um modelo de capitalismo mais ético e comprometido com as gerações futuras inclui também um maior engajamento e protagonismo dos consumidores, que estão se tornando mais exigentes e pressionando as empresas a adotarem práticas mais sustentáveis. Exemplos nesse sentido não faltam.

“A sociedade civil é capaz de promover mudanças na mentalidade das empresas e dos investidores. O McDonald's, por exemplo, realizou uma campanha para tirar dúvidas e acabar com a curiosidade dos consumidores quanto à origem da carne não ser provida de fazendas de áreas desmatadas. Em outra esfera, alunos de Harvard têm monitorado os investimentos dos fundos da instituição para checar se há aplicações em companhias que não colaboram com o meio ambiente”, afirma Luciana Antonini Ribeiro.

Para que o respeito aos princípios ambientais, sociais e de governança sejam reais e efetivos é necessário também que a transformação seja genuína. Caso contrário, as ações podem ser entendidas como artificiais. Na visão de Lisiane Lemos, entretanto, é preciso oferecer tempo às marcas e empresas para que essa readequação seja efetiva.

“A princípio, é necessário entender que nada acontece do dia para a noite. Quando comecei a trabalhar com diversidade e inclusão no ambiente corporativo eu achava que em dez anos veria as mudanças e as estatísticas que gostaria. E para as pautas ESG também. Não existe inovação sem erro. Por isso, ter resiliência é fundamental”, afirma.

Lisiane ressalta também o desafio da interseccionalidade entre áreas corporativas para tornar efetiva a implementação de práticas ESG: “Minha visão é que temos atualmente em uma mesma organização especialistas de diversos segmentos: ambiental, social e governança, mas que ainda não conversam entre si”, argumenta.

Para se alcançar o objetivo dos futuros preferíveis, é necessário também um envolvimento cada vez maior do tema da inclusão e equidade de gênero. Pesquisa realizada pela consultoria de gestão Korn Ferry mostra que, apesar da participação de mulheres nos conselhos de administração de empresas brasileiras ter dobrado desde 2014, a presença feminina corresponde ainda a somente 14% – abaixo do índice na União Europeia, 30%, e nos Estados Unidos, 25%.

“O tema demanda execução. No mundo dos investimentos há pouquíssimas mulheres que integram a corporação na posição de sócia. Nosso papel também é ajudar as futuras gerações a mudar esse contexto. Na EB Capital, 50% do quadro tem mulheres em cargos de liderança”, diz Luciana Antonini.

yt thumbnail

Siga a Bússola nas redes: Instagram | LinkedinTwitter | Facebook | Youtube

Acompanhe tudo sobre:GovernançaMulheres executivasSustentabilidade

Mais de Bússola

Estratégia ESG: como a Petlove reduziu 42% dos resíduos gerados

Bússola Cultural: Martin Luther King, o musical

Entidades alertam STF para risco jurídico em caso sobre Lei das S.A

Regina Monge: o que é a Economia da Atenção?