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Live commerce: a próxima grande evolução do e-commerce

Modelo nascido na China rende 50 mil transmissões ao vivo por dia naquele país

Nova modalidade de e-commerce permite interação direta entre marca e consumidor (Getty Images/Getty Images)

Nova modalidade de e-commerce permite interação direta entre marca e consumidor (Getty Images/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 8 de junho de 2021 às 15h52.

Última atualização em 8 de junho de 2021 às 16h05.

Por Gabriel Reginatto*

Enquanto alguns profissionais, estudiosos e comunicadores ainda comentam sobre a expansão do e-commerce tradicional em razão da pandemia, outros estão olhando para o próximo passo desse mercado: o live commerce. Nascida na China, essa modalidade de vendas consiste na experiência de compra online que permite que consumidores interajam ao vivo com influenciadores e vendedores, comprando produtos diretamente durante as transmissões.

Os resultados na região mostram o claro potencial. Rapidamente, tornou-se o formato de maior crescimento dos últimos anos na China. Em 2020, por exemplo, foram realizadas, em média, 50.000 transmissões ao vivo por dia, acumulando mais de 50 bilhões de visualizações, podendo representar movimentação de mais de 1 trilhão de iuanes ao ano, segundo a KPMG e a Ali Research.

Mas, afinal, o que o live commerce tem de especial? O primeiro passo para entender isso é avaliar que o e-commerce tradicional, estático e em vias de se tornar antiquado, já não é mais suficiente. Os marketplaces, tão populares por sua audiência, também não ajudam quando falamos em construção de marca, por não oferecerem aos vendedores quase nenhuma customização e muito menos a possibilidade de interagir diretamente com o consumidor final.

As marcas estão começando a avaliar o quão positivo é estar em meio ao mar de produtos de seus concorrentes, sem qualquer tipo de diferenciação. O e-commerce está amadurecendo, e o que irá determinar o sucesso das marcas no futuro será sua capacidade de geração de conteúdo relevante e de gestão de suas comunidades online.

O live commerce, entretanto, surge como uma solução para as lacunas do e-commerce tradicional. O primeiro ponto é a interação direta entre marca e consumidor. Durante as transmissões, marcas entretêm clientes, podendo sanar dúvidas, demonstrar o produto em uso e compartilhar detalhes específicos que possam interessá-los, ajudando a fortalecer o relacionamento.

A frequência das transmissões, trazendo ao consumidor conteúdo novo diariamente, é um dos segredos para o sucesso. O uso de influenciadores ou vendedores engajantes também otimiza ainda mais as chances de conversão.

Essa experiência de conteúdo aliada a um checkout de e-commerce dentro do próprio vídeo, elimina os atritos no processo e catalisa a compra por impulso. Isso significa que consumidores acompanham a live, escolhem seus produtos e podem finalizar o pedido em um único lugar, sem a necessidade de sessões simultâneas ou de interrupção na experiência.

O live commerce logo será uma das melhores ferramentas de captação de leads disponíveis no mercado. Com o anúncio de que third-party cookies, ou seja, a obtenção de dados de navegação de usuários na internet, base para a maioria das campanhas de marketing digital, chegará ao fim em 2022, marcas precisarão gerar dados proprietários. A melhor forma de fazer isso é com a criação de conteúdo, e o live commerce é uma das principais ferramentas a ser utilizadas neste processo.

Há ainda plataformas white-label capazes de adaptar-se de acordo com a marca e sua identidade visual, tornando possível altos níveis de customização, e plataformas que possibilitam a transmissão via aplicativo, reduzindo os custos despendidos por transmissão e permitindo a realização de lives diárias por meio de aparelhos simples, como smartphones.

Com potencial tão grande quanto a lista de benefícios, a questão não é se esta ferramenta irá revolucionar o setor, mas sim quando. Empresas por todo o Brasil estão produzindo suas próprias ferramentas de live commerce ou se unindo a quem produz a tecnologia para participar dessa onda de inovação que deixará o e-commerce tradicional para trás.

*Gabriel Reginatto é co-founder da Alive, plataforma white-label de live commerce

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