Modelo usa pequenos comércios como locais de coleta de mercadorias na cadeia de logística (Ricardo Wolffenbuttel/ SECOM/Divulgação)
Da Redação
Publicado em 6 de maio de 2021 às 10h30.
Última atualização em 6 de maio de 2021 às 11h34.
Os pequenos e médios empreendedores brasileiros sofrem há mais de um ano diante do abre e fecha e das restrições de horários impostos pela covid-19. O mercado da esquina, o armarinho do bairro, a papelaria vizinha. De acordo com dados do Mapa de Empresas, ferramenta desenvolvida pelo Departamento Nacional de Registro Empresarial (DREI) com o Serpro, do Ministério da Economia, cerca de um milhão de cadastros de pessoa jurídica (CNPJ) foram fechados no ano passado.
Inovação virou a palavra-chave para quem está nessa situação. Delivery, plataformas de e-commerce, são ferramentas que entraram no dia a dia do comércio. E é aí que a plataforma tecnológica Kangu, fundada em 2018, tem sido importante para milhares de pequenos e médios empreendimentos.
A Kangu, que conecta e-commerces, transportadoras e pontos de coleta, usa, entre outras alternativas, pequenos comércios de bairro como locais de coleta de mercadorias, oferecendo em troca um rendimento extra.
Em entrevista à Bússola, Marcelo Guarnieri, CEO da Kangu, conta como o modelo de negócio da empresa procura impactar positivamente a logística dentro das grandes cidades.
Bússola: Em que se baseia o modelo de negócio Kangu?
Marcelo Guarnieri: Diante de um cenário de crescimento exponencial dos e-commerces, notamos que o modelo de envio e recebimento das mercadorias permanecia como um ponto crítico que gera frustração para todos envolvidos.
Além de ser burocrático e caro para o cliente, acaba sendo ineficiente para os operadores logísticos e gera alto impacto no meio ambiente.
Em nossa plataforma, o vendedor de e-commerce tem acesso a uma variedade de transportadoras e pode escolher preço, prazo e perfil de entrega, a um preço competitivo, se comparado ao modelo tradicional.
Além disso, para os vendedores enviarem ou os clientes receberem e devolverem encomendas não é necessário que sejam percorridas grandes distâncias. Usamos pontos de coleta abrigados em estabelecimentos comerciais de bairro, treinados para receber e armazenar os pacotes.
É um modelo que se adequa aos bairros, à rotina da cidade e reduz a distância, assim como diminui o impacto ambiental.
Bússola: Em fevereiro, a queda média das receitas das pequenas e médias empresas brasileiras foi de 40% em relação à pré-pandemia, segundo pesquisa do Sebrae em parceria com a Fundação Getúlio Vargas. Como o modelo de vocês pode ajudar esses estabelecimentos?
MG: Nascemos com foco em melhorar a logística dentro das cidades e notamos que os estabelecimentos de bairro poderiam ser grandes aliados.
Geramos ocupação e produtividade em espaços ociosos desses estabelecimentos.
Para o comerciante, além do acréscimo na renda gerado pela parceria, notamos que há aumento no fluxo de pessoas no local, o que gera visibilidade e tem contribuído para um aumento da receita do negócio principal.
Para participar, basta acessar nosso portal e se cadastrar como parceiro. Nosso time de prospecção avalia se estes leads estão dentro do perfil esperado pela Kangu e efetiva as novas parcerias.
Bússola: Existe algum treinamento para os estabelecimentos comerciais que passam a fazer parte dessa cadeia logística?
MG: Sim, recebem o treinamento inicial em que são capacitados para recebimento, entrega e devolução de pacotes, com todo cuidado e segurança, seguindo os protocolos de combate à covid-19.
Bússola: Quais os próximos projetos da Kangu?
MG: Em dois anos, nos tornamos uma empresa que já fez mais de 40 milhões de entregas de pacotes. Nosso objetivo é acelerar essa expansão e fortalecer nossa relação com os vendedores brasileiros.
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