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Joel Jota: o jogo do progresso na Copa e a cobrança por performance

Campeões treinam continuamente para aperfeiçoar suas habilidades e competências e alcançar melhores resultados todos os dias

Brasil na Copa do Mundo (Matthias Hangst/Getty Images)

Brasil na Copa do Mundo (Matthias Hangst/Getty Images)

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Publicado em 21 de dezembro de 2022 às 17h30.

Última atualização em 21 de dezembro de 2022 às 17h45.

Muitos me perguntam em treinamentos e mentorias como ser o melhor vendedor do mundo, o melhor palestrante do mundo, o melhor do mundo nisso ou naquilo. Isso me faz pensar nas pessoas que se consagraram como as melhores naquilo que escolheram fazer, tanto na área esportiva quanto na empresarial. Eu vim de um lugar que me permitiu a convivência, por exemplo, com o César Cielo, um dos melhores nadadores do mundo, recordista mundial; com o Thiago Braz, melhor atleta do mundo na modalidade salto com vara do atletismo; Rodrygo Goes e Daniel Alves, sócios que tive a honra de ver representando a seleção brasileira na Copa do Mundo deste ano.

Um dos maiores aprendizados que eu tive com esses campeões que admiro profundamente, e que hoje são meus amigos, foi justamente sobre o jogo do progresso. Todos não acordam dizendo "este ano eu vou ser o melhor do mundo".

Seu objetivo diário é ser melhor do que ontem, melhorar um elemento-chave do seu jogo, da sua braçada ou do seu salto; estar 1% mais veloz ou mais forte; trabalhar um aspecto da perna esquerda... Ou seja, não se deve focar em um objetivo tão amplo. Esses campeões focam nas metas específicas, no progresso diário e não no resultado final.

É lógico que anseiam ser os melhores do mundo em suas modalidades e se manterem como tal. Mas o foco desses caras está em melhorar hoje, no estado presente, no refinamento das competências e das capacidades. Os campeões treinam continuamente para aperfeiçoar seus atributos e seus talentos e, assim, melhorar um pouco todos os dias.

Você pode até não ter acompanhado a Copa, ou talvez fale que eu não entenda de futebol, e tudo bem, não preciso entender profundamente para saber que basicamente e prioritariamente tudo que estão falando sobre o Brasil está relacionado a PERFORMANCE.

Temos diversas linhas de opinião após o jogo da sexta-feira 9 de dezembro; alguns com o discurso de que tínhamos de ter vencido e não se conformam com a derrota; e um outro grupo que vêm trazendo erros antigos de comissão e até mesmo apontando erros dos próprios jogadores. Ou seja, todos os comentários feitos sobre a Copa tinham relação com performance, que era o título que tanto esperávamos.

Da mesma maneira que a gente aceita para algumas seleções que o esforço vale, para a nossa seleção brasileira não fazemos o mesmo. Nós não ficamos satisfeitos só com o esforço, queremos o resultado.

A reação dos brasileiros é por conta do campo de maestria (a soma de talento e competividade) com campo de investimento (de tempo, de energia, de dinheiro e de história). No Brasil, já revelamos muitos jogadores de futebol e inclusive temos a seleção com maior número de títulos no campeonato mundial. Talvez, por isso, cobramos tanta performance de jogadores que estão dando seu máximo para serem melhores cada dia mais.

Essa reflexão e aprendizado se encaixam perfeitamente para o nosso trabalho, naquilo que colocamos tempo, energia, dinheiro, projeto e planos, mas não temos o resultado que queremos. A gente entende, na prática, a diferença de empenho e desempenho: enquanto empenho é o processo, o desempenho é o resultado.

Aprender a performar é muito importante, principalmente na HORA H. Se acertando já não é garantia, quem dirá errando. Em outras palavras: se a turma que treina e acerta não tem a certeza do resultado positivo, imagina para quem não treina, não tem disciplina, e que se vitimiza?

Através do preparo diminuímos a chance de errar, mas não conseguimos garantir nada. Afinal, não nos preparamos para a imprevisibilidade.

O básico para uma conquista a longo prazo é colocar em prática os seguintes pontos:

● Planejamento.
● Treinamento.
● Disciplina.
● Clareza.
● Consistência.
● Refinamento.
● Preparação mental, cognitiva e técnica.

Lembrei de uma frase do Bernardinho que me marcou muito: “A excelência é um alvo móvel” e nessa Copa vimos que nem os melhores do mundo estão imunes. Ou seja, a vida é feita de derrotas e vitórias, por isso eu finalizo dizendo, não desista, apenas melhore um pouco todo dia.

*Joel Jota é ex-atleta da seleção brasileira, escritor best-seller, treinador de Alta Performance, CEO da Jota Company e empresário.

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