(Supatman/Getty Images)
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Publicado em 20 de janeiro de 2025 às 10h00.
Por Silvio Aragão*
A crescente adoção da inteligência artificial na segurança eletrônica no Brasil não é uma tendência passageira, mas uma evolução necessária diante dos desafios cada vez mais complexos enfrentados por empresas e órgãos públicos. Dados recentes indicam que o investimento em tecnologias como CFTV inteligente, sensores avançados e centrais de monitoramento automatizadas está em franca expansão, refletindo a busca por soluções mais eficazes e integradas para proteção de patrimônios e pessoas.
Um levantamento realizado com 70 organizações do setor revela que 73,2% já utilizam inteligência artificial em suas centrais de monitoramento, um aumento expressivo em relação ao ano anterior. Esse avanço demonstra que a automação e a análise preditiva passaram a ser componentes indispensáveis nas estratégias de segurança. Empresas de diferentes setores, como indústria, agronegócio e saúde, enxergam na IA um recurso valioso para vigilância e também para a prevenção de incidentes, permitindo respostas mais rápidas e assertivas diante de possíveis ameaças.
O uso de inteligência artificial na análise de imagens e na interpretação de grandes volumes de dados permite que sistemas identifiquem padrões suspeitos e comportamentos anômalos antes mesmo que uma situação crítica ocorra. Essa capacidade preditiva amplia a eficiência das equipes de segurança e reduz a dependência exclusiva de ações humanas, minimizando falhas e otimizando a tomada de decisão. Além disso, a integração com redes 5G e dispositivos IoT fortalece a conectividade e a velocidade de resposta, tornando a segurança mais dinâmica e adaptável a diferentes cenários.
A chamada “segurança em camadas”, conceito amplamente adotado na cibersegurança, também vem ganhando espaço na proteção física. Biometria, controle de acesso automatizado, reconhecimento de placas e sensores inteligentes formam barreiras adicionais contra invasões, garantindo que cada etapa de proteção funcione de maneira interdependente. Essa abordagem torna as ações criminosas mais difíceis e melhora significativamente a capacidade de resposta das empresas em momentos de crise.
O custo elevado das soluções continua sendo um fator limitante para muitas organizações, sendo apontado como o principal entrave por 62,7% dos entrevistados. Além disso, a falta de integração entre diferentes sistemas compromete a eficiência operacional, dificultando a centralização das informações e a gestão unificada da segurança. A fragmentação de plataformas e a infraestrutura desatualizada são barreiras que exigem investimentos estratégicos e uma visão holística para serem superadas.
Outro ponto que merece atenção é a percepção de preparo das empresas diante de crises de segurança. Enquanto 29,9% afirmam possuir sistemas modernos e planos de ação bem estruturados, 55% reconhecem que há espaço para aprimoramentos. Já 16,4% não se sentem totalmente prontas para lidar com incidentes, um dado preocupante diante da sofisticação crescente das ameaças. A segurança eletrônica, quando bem planejada e integrada, não apenas protege bens e vidas, mas também reduz prejuízos operacionais e fortalece a resiliência empresarial.
O crescimento projetado para o setor reforça a necessidade de uma abordagem cada vez mais tecnológica. A estimativa da ABESE (Associação Brasileira de Empresas de Sistemas Eletrônicos de Segurança) de que o faturamento da área atinja R$ 14,2 bilhões até o final de 2024 evidencia o interesse crescente por soluções inovadoras. Portanto, empresas que não investirem em modernização correm o risco de ficarem vulneráveis e ultrapassadas em um ambiente onde a segurança nunca foi tão essencial.
Em vista disso, a inteligência artificial já não é mais um diferencial, mas sim um pilar fundamental na construção de sistemas de proteção eficazes e preparados para os desafios do futuro.
*Silvio Aragão é CEO da Avantia, uma das empresas líderes em segurança eletrônica no Brasil
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