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Indústria brasileira: o país deixou de ser o patinho feio?

Tendência é que indústrias nacionais passem a ser vistas com bons olhos pelo mercado, como um caminho de sucesso

Brasil mostra estar mais forte e preparado industrialmente (Dado Galdieri/Bloomberg/Getty Images)

Brasil mostra estar mais forte e preparado industrialmente (Dado Galdieri/Bloomberg/Getty Images)

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Publicado em 29 de setembro de 2022 às 15h30.

Última atualização em 29 de setembro de 2022 às 16h16.

Apesar de todo o potencial que possui, durante muito tempo o Brasil foi visto como o país que sempre ocupava os últimos lugares no ranking econômico mundial e que tinha sempre as maiores taxas de inflação. Agora o cenário está mudando e o país tem sido enxergado como uma ótima opção de investimento, principalmente no âmbito industrial, devido aos atuais acontecimentos internacionais.

Na Europa, a produção está migrando para a Ásia, prejudicando a competitividade do continente, que, inclusive, enfrenta o fechamento de fábricas e crises. Segundo a agência de estatísticas da União Europeia, a inflação da zona do euro atingiu 8,9% em julho deste ano.

Em contrapartida, o Brasil está mais forte e preparado. De acordo com dados divulgados em julho de 2022 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a produção da indústria teve, em maio, avanço de 0,3% em relação ao mês anterior. Além disso, a melhoria do mercado de trabalho e o aumento de demanda do setor de serviços, fizeram com que a Confederação Nacional da Indústria (CNDI), em julho deste ano, elevasse para 1,4% a projeção de crescimento do PIB em 2022. Em relação à indústria, a estimativa passou de queda de 0,2% para alta de 0,2% para este ano, já que o setor registrou altas na produção no primeiro trimestre.

Além disso, o PIB do Brasil teve o sétimo melhor desempenho entre as principais economias do mundo no segundo trimestre de 2022, segundo a Austin Rating, agência classificadora de risco. Neste mesmo cenário, a inflação brasileira deve encerrar o ano abaixo dos índices dos Estados Unidos, Europa e Reino Unido, e são informações como estas que fazem com que o otimismo do mercado ganhe força. De acordo com outros dados da CNDI, o Índice de Confiança do Empresário Industrial (ICEI) subiu 3 pontos neste mês de setembro e alcançou o nível mais elevado desde agosto de 2021.

A tendência, portanto, é que indústrias nacionais passem a ser vistas com bons olhos pelo mercado, como um caminho de sucesso. Por isso, estas devem se preparar, investindo principalmente, em inovações. Tecnologias como cobots passarão a ser cada vez mais utilizadas, já que a automação de processos traz mais facilidade e produtividade.

O momento, portanto, exige atenção por parte desse segmento nacional, para que esteja preparado para o cenário de grande crescimento que já começou. Quanto mais os players industriais tiverem inovações que englobam todas as pontas da cadeia, mais vão se fortalecer no mercado.

Posso concluir dessa forma, que o setor industrial brasileiro está se expandindo, puxando o mercado de automação, robótica e diversas tecnologias. É por isso que para que os resultados sejam altamente positivos e que indústrias não fiquem atrás da concorrência, é necessário que otimizem processos internos com inovações, garantido mais eficiência. Fiquemos de olho no futuro, que bons ventos sopram sobre nosso país.

*Bruno Zabeu é gerente de desenvolvimento de negócios da Universal Robots na América do Sul, empresa dinamarquesa líder na produção de braços robóticos industriais colaborativos

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