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Helton Freitas: A educação como base para o fomento ao cooperativismo

Fórmula criar um ambiente propício para o progresso social e econômico

Aprendizagem contínua permite que cooperados encontrem novas formas de atuação (Banco de imagens/Getty Images)

Aprendizagem contínua permite que cooperados encontrem novas formas de atuação (Banco de imagens/Getty Images)

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Publicado em 1 de julho de 2023 às 13h00.

Por Helton Freitas*

A educação desempenha um papel crucial no avanço e na prosperidade de uma nação. Infelizmente, em nosso país, muitos jovens ainda enfrentam a privação do acesso à educação e às oportunidades que ela oferece. Segundo dados do Censo Escolar 2022, mais de um milhão de crianças e adolescentes estavam fora das salas de aula, o que certamente compromete suas perspectivas futuras.

Além disso, um a cada cinco jovens brasileiros são "nem-nem", ou seja, nem estudam nem trabalham. Quase 10 milhões de pessoas estão totalmente fora do mercado e das salas de aula, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Contínua: Educação 2023, divulgada no começo de junho.

É nesse contexto desafiador que o tema definido pela Aliança Cooperativa Internacional (ACI) para o Dia Internacional do Cooperativismo (#CoopsDay) em 2023 ganha ainda mais relevância.

Com a assinatura "Cooperativas para o desenvolvimento sustentável", as celebrações visam a contribuir com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), da Organização das Nações Unidas (ONU). A educação desempenha um papel fundamental nesse cenário. Desde as suas origens, no século XIX, o cooperativismo tem a educação no seu quinto princípio como um dos pilares para o progresso coletivo.

A primeira cooperativa moderna, a Sociedade dos Probos Pioneiros de Rochdale, fundada em 1844, já reconhecia a importância da educação como meio de emancipação econômica e social. Ao longo dos anos, o movimento cooperativo mundial tem se empenhado em promovê-la como um direito básico e como instrumento de transformação.

A aprendizagem contínua permite que os cooperados possam buscar novas formas de atuação, identificar oportunidades de mercado e desenvolver soluções criativas para os desafios enfrentados pela cooperativa. Além disso, a educação capacita seus membros a terem um pensamento crítico, tornando-os agentes de mudança.

Se cheguei até aqui com uma trajetória da qual me orgulho muito, devo isso ao apoio da minha família, amigos e a uma professora notável que proporcionou um impulso significativo em minha vida. Durante meu terceiro ano do antigo curso científico, em uma escola de Montes Claros, em Minas Gerais, a professora Zezé Atahyde, que lecionava biologia, perguntou qual carreira eu gostaria de seguir. Quando respondi medicina, ela se propôs a me ajudar.

Impulsionada pela dedicação altruísta que move os profissionais da educação, Zezé iniciou uma mobilização para que eu conquistasse uma bolsa de estudos em outra instituição, que me levaria a uma universidade pública, única opção para mim na época. Essa atitude demonstra como a educação pode incentivar a solidariedade e a cooperação. Zezé não apenas identificou meu potencial, mas também me ajudou na superação das barreiras para alcançar minha realização profissional, que hoje contempla, além da saúde, a educação e o cooperativismo.

Ao unir educação e cooperativismo, estamos construindo as bases sólidas para criar um ambiente propício para o progresso social e econômico, em que todos e todas têm a oportunidade de crescer e contribuir para uma sociedade mais próspera e justa. Essa é a minha inspiração diária para incentivar projetos que levem a educação ao patamar em que deve estar.

*Helton Freitas é médico sanitarista, presidente da Seguros Unimed e da Fundação Unimed, e diretor-geral da Faculdade Unimed

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