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Gestão Sustentável: defesa da democracia também é tema de negócios

A estabilidade institucional garante previsibilidade para negócios, enquanto a concentração de poder amplia riscos e incertezas econômicas.

A democracia consolida instituições que garantem a continuidade de regras e marcos jurídicos (Fabio Pozzebom/Agência Brasil)

A democracia consolida instituições que garantem a continuidade de regras e marcos jurídicos (Fabio Pozzebom/Agência Brasil)

Danilo Maeda
Danilo Maeda

Head da Beon - Colunista Bússola

Publicado em 31 de janeiro de 2025 às 13h00.

A democracia é essencial para a previsibilidade e a segurança jurídica, fatores fundamentais para operações corporativas bem-sucedidas. No entanto, esses elementos não surgem naturalmente em qualquer regime político ou contexto social. Tudo isso precisa ser construído, conquistado e defendido. São premissas vantajosas para os negócios, mas que estão diretamente ligadas ao regime democrático.

O papel das instituições na estabilidade econômica

A democracia consolida instituições que garantem a continuidade de regras e marcos jurídicos. Pesquisas sobre o papel das instituições no desenvolvimento econômico mostram que estruturas institucionais sólidas reduzem a incerteza, pois tornam as regras sociais mais previsíveis. No mundo dos negócios, essa previsibilidade reduz riscos e aumenta a confiança de investidores e parceiros comerciais.

Por outro lado, quando há alta concentração de poder, como em regimes autoritários ou desiguais, a instabilidade cresce. Decisões arbitrárias e corrupção prosperam nesses ambientes. A ausência de instituições pluralistas aumenta a incerteza para empreendedores, pois as regras podem ser alteradas para favorecer grupos no poder. Esse cenário também eleva o risco de sanções internacionais, danos reputacionais e perdas comerciais a longo prazo.

A responsabilidade das empresas na defesa da democracia

Em um contexto global marcado pela fragmentação política e pelo avanço de ideologias totalitárias, empresas inteligentes devem repensar seu papel na defesa dos valores democráticos. Michael Porter e Mark Kramer, no conceito de Criação de Valor Compartilhado, apontam que investir em comunidades e ambientes sociais estáveis fortalece tanto as empresas quanto a sociedade. R. Edward Freeman (1984), criador da Teoria dos Stakeholders, também defende que as organizações têm um compromisso com todos os públicos que impactam e são impactados por elas, incluindo a responsabilidade de apoiar instituições democráticas e promover direitos fundamentais.

Portanto, não se trata apenas de um imperativo moral, mas de uma convergência de interesses: a defesa de democracia fortalece o ambiente de negócios, garantindo estabilidade, previsibilidade e crescimento econômico sustentável.

Estratégia corporativa e a preservação da democracia

A construção de sociedades abertas e justas é a base para operações empresariais prósperas e responsáveis. Klaus Schwab (2019), fundador do Fórum Econômico Mundial, destaca que o capitalismo de stakeholders exige das empresas um papel ativo não apenas na criação de valor econômico, mas também na defesa de instituições democráticas.

Assim, posicionar-se a favor de democracia deve ser parte essencial da estratégia corporativa de qualquer empresa comprometida com sustentabilidade, perenidade e desenvolvimento global.

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