Aproveite cada segundo do seu tempo (Bússola/Acervo pessoal)
CEO e sócio da FESA Group - Colunista Bússola
Publicado em 29 de setembro de 2023 às 14h40.
Última atualização em 29 de setembro de 2023 às 15h35.
Eu lembro que, quando era criança, achava que as aulas de matemática demoravam muito; ir de casa para a escola, demorava também, mas, sendo honesto, as férias escolares também duravam um tempão. Recordo com carinho de sair da escola, nos dias de verão, com aquelas chuvas torrenciais de fim de tarde e a diversão era ficar no carro vendo as gotas escorrerem pelos vidros ou contar quantas vezes por minuto o limpador de para brisas do carro da mamãe era acionado. Não tínhamos tantas distrações, não tínhamos tantas obrigações, a nossa única opção era contemplar o mundo e esperar o tempo fluir.
É claro que, em um mundo absolutamente conectado, nos atolamos em compromissos, redes sociais, e-mails, WhatsApp e tantos outros penduricalhos que estão em nossos smartphones. Já comentei anteriormente, em textos passados, que completei recentemente meus 45 anos de vida e começo a ficar absolutamente aficionado em aproveitar meu tempo da melhor forma possível. Não quero (e não posso) mais perdê-lo com besteiras, com enrolação, com discussões intermináveis. Comecei a me disciplinar ainda mais com a minha gestão de tempo.
Experimentei, por exemplo, a colocar na agenda reuniões que duram apenas 15 minutos. Isso é possível, sabia? Por que todas as reuniões, principalmente aquelas online, têm que durar no mínimo 30 minutos? Deixei de ter vergonha de acelerar alguns temas e chegar aos 10 ou 15 minutos de reunião e perguntar: “Pronto, é isso então? Vamos em frente!”, sem precisar prorrogá-la.
O meu balanço é: conseguimos, sim, economizar nosso tempo evitando os floreios e as cerimônias do mundo corporativo. Ouvi uma vez de um CEO, e grande amigo meu, que aprendeu a manter um procedimento importante em toda apresentação de PowerPoint que alguém vai lhe mostrar. Ele diz: “Já me mostra o último slide. Se eu gostar do resultado, aí sim vejo o resto!”
Claro que não dá para ser sempre assim, mas em várias reuniões, obviamente dá! E é de um alívio tão grande essa postura de praticidade, que estou me viciando nesses hábitos.
Ter tempo é ter sorte. Inclusive, já existe um movimento em países mais desenvolvidos que defende que tempo é o maior luxo que alguém pode ter. Mas, não quero aqui confundir o leitor ao afirmar que ter tempo significa trabalhar menos! Na verdade, é trabalhar de forma mais inteligente e efetiva.
É impensável, nos dias de hoje, com toda a tecnologia e acesso à informação que temos, ficarmos escravos de altas cargas horárias de reuniões, discussões, análises, entre outras rotinas do nosso dia a dia. Temos que manter a disciplina em falar não, como já atestei em outros textos também, além de empoderar as nossas equipes a decidirem e executarem bem. Na posição em que estou, vejo com muita clareza algumas pessoas querendo “delegar para cima”, jogando a “bomba” para o CEO. Se eu não me disciplinar, acabo resolvendo até o problema da cafeteira quebrada do escritório. Não caia nesse golpe! Não dá para resolvermos tudo.
E como última dica: não ache que pelo motivo de uma tarefa, que não é sua, só levar cinco minutinhos para ficar pronta, você deva fazê-la. Uma vez ou outra, lógico que é possível. Da mesma forma que é válido aquele pique final para entregar algo importante, mas se isso virar rotina, pare e repense. Um monte dessas tarefas rapidinhas demanda um montão de tempo no qual você poderia estar fazendo algo para você ou sua família.
No trabalho, e para tudo na vida, acredito que o melhor tempo que temos é aquele de qualidade. Não o desperdice. Portanto, não deixe o tempo escorrer como as gotas de chuva da janela do carro. Abrace-o e aproveite ao máximo cada segundo.
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