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Gastar e cortar

Coluna de Alon Feuerwerker comenta a declaração do ministro da Economia sobre a volta do auxílio emergencial estar condicionada ao teto de gastos

Ministro da Economia, Paulo Guedes (Marcos Corrêa/PR/Divulgação)

Ministro da Economia, Paulo Guedes (Marcos Corrêa/PR/Divulgação)

Isabela Rovaroto

Isabela Rovaroto

Publicado em 26 de janeiro de 2021 às 19h21.

Última atualização em 26 de janeiro de 2021 às 19h43.

O fim do auxílio emergencial pago ao longo de 2020 por causa da pandemia é talvez a ameaça mais imediata à recuperação econômica ensaiada no final do ano passado. E a reinstalação de um auxílio emergencial com cara de permanente será sinal claro de fraqueza política do governo.

Daí que o ministro da Economia tenha aparecido hoje ao lado do presidente da República para defender que, se pensam em novas despesas, deem um jeito de cortar das já existentes (leia). E o presidente aproveitou para dizer que as reformas liberais vão andar, inclusive as privatizações.

Na luta de vida ou morte em torno do comando da Câmara dos Deputados, ninguém quer perder o apoio empresarial. Depois de definida essa refrega, o Congresso se verá às voltas com outro tipo de pressão, a popular. Se a economia sofrer nesta largada de 2021, essa pressão vai subir muito.

A economia depende de imunizar a população, já havia lembrado o ministro da Economia (leia). Se é assim, melhor ter cautela. Vamos esperar para ver que bicho dá na Câmara e como vai andar a vacinação. E mesmo se tudo der certo para o governo nas duas frentes ainda será um processo de, no mínimo, meses.

* Analista político da FSB Comunicação

 

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