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Futebol: como o reconhecimento facial pode auxiliar no combate à violência

Tecnologia voltada para a biometria em estádios pode reduzir o número de ocorrências

Entre 2009 a 2019 o futebol brasileiro registrou 157 mortes resultantes de brigas de torcidas de clubes (Getty/Getty Images)

Entre 2009 a 2019 o futebol brasileiro registrou 157 mortes resultantes de brigas de torcidas de clubes (Getty/Getty Images)

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Publicado em 8 de agosto de 2023 às 13h04.

Última atualização em 8 de agosto de 2023 às 13h14.

Por Ricardo Cadar*

A paixão pelo futebol é uma característica marcante do povo brasileiro, e os estádios se tornam palcos de intensas emoções durante as partidas. No entanto, esse cenário também é conhecido por abrigar casos de violência, que têm preocupado autoridades e entusiastas do esporte. 

Infelizmente, os casos de violência no futebol brasileiro não são uma novidade, muito menos em casos isolados. O esporte amarga um episódio de violência a cada quatro dias. E, segundo o Centro de Pesquisa de Mestrado da Universo, de 2009 a 2019 o futebol brasileiro viu 157 mortes envolvendo brigas de torcidas de clubes nas principais divisões do país. Por isso, buscar soluções efetivas para garantir a segurança nesses locais tem sido uma prioridade, e a tecnologia de reconhecimento facial por biometria surge como uma das melhores alternativas.

Recentemente, em 15 de junho, foi sancionada a Lei Geral do Esporte (Lei nº 14.597/2023 – LGE), que estabelece a obrigatoriedade de adoção de biometria por reconhecimento facial nos estádios com capacidade de até 20 mil pessoas, pelo período de dois anos. 

Além disso, há uma proposta em tramitação envolvendo a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) e o Ministério Público para tornar obrigatória a implementação do reconhecimento facial como medida de segurança em todos os estádios do país. Vale ressaltar que o reconhecimento facial utilizado nos estádios é diferente daquele aplicado na segurança pública, que é proibido, por exemplo, na União Europeia devido aos riscos de erros, como falsos positivos, que podem ocorrer quando a pessoa não está bem posicionada, em situações de pouca iluminação ou em ângulos desfavoráveis como falando ao celular.  

Tecnologia adaptada para os estádios

A tecnologia empregada em estádios, no entanto, é mais precisa e eficiente, pois é voltada para a validação e identificação das pessoas que acessam o local, além disso, elas permitem o uso da face para fins de acesso, algo diferente da segurança pública. Nesse caso, elas posicionam o rosto e assim minimizam as chances de falhas, proporcionando um ambiente seguro para os torcedores.

O time do Palmeiras, um dos grandes clubes de futebol do Brasil, foi pioneiro na adoção dessa solução tecnológica em 100% de seu estádio. Em parceria com a startup Bepass, implementaram uma solução de identidade digital com autenticação por biometria facial. Essa iniciativa representa o futuro da identificação e acesso personalizado, trazendo inúmeras vantagens para a segurança dos estádios, além de agilizar a entrada de torcedores. 

Em meio a essa discussão sobre segurança nos estádios, não podemos ignorar os casos de violência que têm manchado o esporte. Recentemente, uma torcedora do Palmeiras foi vítima fatal de uma briga entre torcidas organizadas, e o sucesso da solução do caso foi graças a essa tecnologia da Bepass.

A implementação da biometria por reconhecimento facial é um passo importante para enfrentar a questão da violência nos estádios, mas é fundamental destacar que essa tecnologia é utilizada apenas para garantir a segurança dentro desses locais e não para fins de monitoramento generalizado, respeitando assim a privacidade dos cidadãos.

Com a Lei Geral do Esporte e as iniciativas da CBF e do Ministério Público em busca de regulamentações mais abrangentes, espera-se que todos os estádios brasileiros adotem o reconhecimento facial como medida de segurança. Esse é o futuro, e ele já começou.

*Ricardo Cadar é fundador e CEO da Bepass

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