Há pouco, única opção do Pix no pagamento em lojas físicas era a leitura de QR Codes. Agora, aproximação já é utilizada por grande parte dos brasileiros (Wanezza Soares/Divulgação)
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Publicado em 20 de março de 2025 às 17h32.
Por César Garcia, CEO da OneKey Payments
O Pix transformou os pagamentos no Brasil, tornando as transações instantâneas uma realidade amplamente adotada. Mas existe um ponto em que o método de pagamento mais rápido, democrático e conveniente do país tinha como obstáculo: o checkout. Imagine numa fila do mercado ou de qualquer comércio, poucas coisas são mais frustrantes do que estar com pressa e precisar esperar alguém desbloquear o celular, abrir o aplicativo do banco e escanear um QR code – apenas para pagar.
Com o lançamento recente do Pix por aproximação e do Pix por biometria, o sistema de pagamento mais popular do Brasil está prestes a ficar ainda mais rápido. Essas barreiras estão começando a desaparecer, especialmente no checkout, tornando a tecnologia ainda mais competitiva. À medida que essa mudança acontece, surgem algumas questões importantes para bancos e bandeiras de cartões: essas inovações farão com que mais consumidores deixem de usar o cartão de débito? E como bancos e bandeiras irão reagir?
O Pix por aproximação elimina uma das suas maiores barreiras de adoção: a necessidade de abrir um aplicativo e escanear um QR code. E isso pode ter consequências para os cartões de débito tradicionais.
Basta observar como os brasileiros adotaram rapidamente os pagamentos por aproximação – que cresceram quase 50% em 2024 e agora representam dois terços das compras presenciais. O Banco Central estima que quase todos os adultos brasileiros já utilizam o Pix de alguma forma, mas muitos ainda resistiam devido ao processo do QR code, que consideravam pouco prático. Ao eliminar essa fricção, o Pix por aproximação agora oferece a mesma facilidade do toque no cartão de débito, se tornando ainda mais atraente para compras do dia a dia.
Bancos e bandeiras – que dependem do uso de cartões de débito e crédito – não deixarão essa mudança acontecer sem uma resposta. Algumas estratégias possíveis incluem:
Além da conveniência, o Pix por biometria representa uma grande mudança no mercado de pagamentos, reduzindo a dependência dos cartões e permitindo uma jornada de pagamento verdadeiramente sem fricção. Quebrando o monopólio do débito ao combinar segurança e facilidade de uso, essa inovação tem todo o potencial para impulsionar a inclusão financeira e transformar o jeito como consumidores realizam suas transações.
Enquanto os bancos podem perder espaço, os varejistas têm muito a ganhar. As transações via Pix já possuem taxas mais baixas do que as cobradas pelas bandeiras de cartões, o que significa que os empreendedores podem economizar nos custos operacionais ao incentivar o uso do Pix em vez do débito. No entanto, se a adoção crescer rápido demais, os bancos podem reagir com novas tarifas para equilibrar os fluxos financeiros.
Uma coisa é certa: o cenário de pagamentos no Brasil continua evoluindo em ritmo acelerado. Há quase cinco anos, o Pix vem revolucionando as transações tradicionais e, com seus novos recursos de pagamento por aproximação e biometria, a transformação promete ser ainda maior. Além disso, essas inovações tendem a trazer mais eficiência e transparência para os pagamentos no Brasil – o que, a longo prazo, é uma vitória para a economia.
A questão para os próximos anos não é se o Pix desafiará os pagamentos tradicionais, mas sim como bancos, comerciantes e consumidores continuarão a se adaptar a essa nova realidade.
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