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FDC avalia como a pandemia impactou empresas do setor agrícola

Executivos apontaram que pandemia trouxe aprendizados sobre como lidar com mudanças e a importância da conscientização ambiental

Cadeias de suprimentos agroalimentares foram diretamente impactadas e passaram por rupturas importantes (Secom/MT/Divulgação)

Cadeias de suprimentos agroalimentares foram diretamente impactadas e passaram por rupturas importantes (Secom/MT/Divulgação)

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Publicado em 20 de dezembro de 2021 às 17h00.

Última atualização em 20 de dezembro de 2021 às 17h19.

Com quase dois anos em uma situação pandêmica inédita no mundo causada pelo novo coronavírus, as cadeias de suprimentos agroalimentares foram diretamente impactadas e passaram por rupturas importantes para determinar o futuro do setor que é um dos mais pujantes na economia brasileira. O estudo “Impacto da Pandemia no Agronegócio Brasileiro”, realizado pela Fundação Dom Cabral (FDC), aponta que a mudança no fornecimento de alguns produtos, seguida de mudanças nos preços e um efeito cascata nas operações, trouxeram dificuldades para lidar com previsões de demanda e falta de suprimentos.

Foram identificados impactos no desempenho da cadeia de suprimentos, afetando, por exemplo, as vendas, as entregas no prazo e lucro total”, diz o pesquisador e professor da FDC, Paulo Renato de Souza. Na percepção dos executivos, foi preciso aprender a lidar com essas mudanças de forma muito rápida. “Houve a necessidade de prover respostas ágeis e que serão importantes para os próximos anos. Outro ponto relevante será manter o negócio consciente das questões ambientais, alinhando sustentabilidade com retorno financeiro”, afirma o professor.

Impactos

As empresas do setor se reinventaram para atender às demandas de uma população que precisou se isolar dentro de casa. Dessa forma a migração do formato de vendas para o online, ou mesmo híbrido, foi um destaque positivo. De acordo com a pesquisa da FDC, a segurança alimentar em relação aos produtos essenciais também entrou ainda mais no foco.

Em relação ao desempenho, se observou que houve uma redução do desperdício, além de um aumento de iniciativas com foco nas práticas de sustentabilidade ambiental. Por outro lado, houve a redução de desempenho financeiro das cadeias de suprimentos e a imprecisão de dados e informações, como informações incompletas, falta de claridade e precisão.

Nos últimos dois anos, os respondentes relataram que houve uma redução dos resíduos sólidos, do uso de materiais tóxicos e perigosos, do consumo de energia e até da poluição industrial. Os resultados mostram ainda que foi possível registrar o aumento do lucro líquido, retorno dos ativos, resultados de vendas, a saúde e a segurança dos empregados.

“Avaliando os cenários, os empresários têm como aprendizado que é fundamental prover respostas rápidas em momentos de interrupções na cadeia de suprimentos para ter a capacidade de entender como lidar com as interrupções eminentes”, declara Souza.

A pesquisa “Impacto da Pandemia no Agronegócio Brasileiro” foi conduzida pelo professor da FDC, Paulo Renato de Souza, em parceria Jefferson Gustavo Cappeli, da MPA FDC, e Marcelo Werneck da Universidad Autónoma de Chile. Foram ouvidas 349 empresas do agronegócio brasileiro durante os meses de julho a setembro de 2021. Os participantes são dirigentes de nível estratégico de empresas médias e grandes brasileiras do agronegócio, situadas em diferentes regiões do Brasil, por meio de um questionário eletrônico.

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