71,3% das equipes de RI relataram que ESG se tornou parte essencial do trabalho. (Paulo Whitaker/Reuters)
Bússola
Publicado em 7 de outubro de 2021 às 18h53.
De acordo com dados da mais recente pesquisa “Tendências Globais em Relações com Investidores”, realizada bianualmente pelo The Bank of New York Mellon (“BNY Mellon”), 71,3% das equipes de RI em todo o mundo relataram que, em 2019, as conversas com investidores sobre ESG (Ambiental, Social e Governança) e CSR (Responsabilidade Social Corporativa) se tornaram parte essencial do trabalho.
Nesse mesmo ano, antes da pandemia, segundo o estudo “Carbon Impact of Investor Relation Activities” organizado pela área global de Depositary Receipt do BNY Mellon, constatou-se que as equipes de RI fizeram muitas viagens de avião para visitar seus clientes, contabilizando, em média, 216,5 reuniões com investidores, sendo 126,4 dentro do próprio mercado doméstico e 90,1 em território internacional. Essa análise inclui a cidade de São Paulo, que é um dos destinos mais visitados pelos profissionais de RI.
Dados desse estudo também demonstraram que o valor para compensações de carbono de viagens feitas pelas equipes de RI, com base em viagens gerais antes da pandemia, seria mínimo e esse é um fator que certamente será cada vez mais levado em consideração.
“Os níveis de carbono das viagens provavelmente serão o ponto alto no planejamento de viagens de negócios no futuro. Com a pandemia, foi possível perceber que esse impacto sofreu uma redução significativa, à medida que o mundo virtual se tornou o principal meio de unir pessoas e fazer reuniões, o que fez com que muitas empresas começassem a repensar a necessidade de tantas viagens corporativas”, declara Karen Bodner, head da área de Global Investor Relations Advisory de Depositary Receipts no BNY Mellon.
O BNY Mellon também publicou recentemente o “Corporate Access Through covid-19 and Beyond”, um estudo sobre o efeito da pandemia nas empresas.
Investidores nos Estados Unidos foram questionados sobre sua necessidade de visitar presencialmente as empresas antes de tomarem uma decisão de investimento. Descobriu-se que apenas 21% dos investidores entrevistados tinham essa necessidade como pré-requisito. Além disso, 23% dos investidores participantes veem a probabilidade de uma mudança definitiva para o formato virtual, e outros 34% apostam em um modelo híbrido.
Com base nos dados desses dois estudos e da pesquisa “Tendências Globais em Relações com Investidores”, as equipes de RI podem perceber a importância de gerenciarem suas programações de viagens para reduzir seu impacto ambiental geral e reconhecerem ainda mais seu papel de destaque na tomada de decisão com investidores.
“As equipes de RI costumam ser a representação da imagem corporativa de uma empresa para o mercado, portanto, garantir que eles entendam e divulguem o impacto da atividade de RI pode ser uma maneira fácil de demonstrar um compromisso com a causa. Esta análise evidencia que o impacto do carbono das atividades de RI pode ser baixo, incluindo como esses custos podem ser compensados, é crucial para demonstrar transparência e responsabilidade ambiental. À medida que mais empresas buscam maior compromisso em relação ao ESG, as equipes de RI podem abrir caminho para dar o exemplo para os investidores e para o resto da empresa”, diz Karen.
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